Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Martins, Lidiane Silva Andrade |
Orientador(a): |
Nascimento, Celina Aparecida Garcia de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1956
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Resumo: |
Originada de inquietações presentes em nossa prática como professora atuante na rede regular de ensino, esta pesquisa tem por objetivo geral refletir sobre aspectos da construção identitária de alunos com necessidades especiais, na expectativa de contribuir para sua inserção na escola pública. Para alcançarmos essa meta, nosso objetivo específico é analisar e interpretar representações que alunos com necessidades especiais que frequentam a rede regular de ensino possuem de si e do outro. Temos como hipótese que se vivencia nas escolas de ensino público regular uma exclusão velada, que tem sido designada como inclusão pela sociedade. Para comprová-la, os principais questionamentos problematizados são: Como os alunos com necessidades especiais se veem e são vistos? Quais são suas representações sobre si e o outro? O que é inclusão para eles? Como se sentem na escola? Trata-se de uma pesquisa inscrita no viés discursivo, que se caracteriza como uma pesquisa de campo e tem como base o método arqueogenealógico, que problematiza, nos dizeres de alunos vistos como “deficientes intelectuais”, regularidades e dispersões que determinam discursos sobre sua construção identitária. Além da necessária revisão bibliográfica para construção do referencial teórico-metodológico (conteúdo do primeiro capítulo desta dissertação), adotamos os seguintes procedimentos para coleta de dados: observações de campo e realização de entrevistas, que foram gravadas e posteriormente transcritas. De onze entrevistas transcritas, foram selecionados quinze recortes, para cuja análise foram organizados em três eixos temáticos: anormalidade, inferioridade e interdição. Como arcabouço teórico, apoiamos-nos nas teorias da Análise do Discurso, com as noções de sujeito e de relações de saber e poder de Foucault (1979, 1996, 2006), a que articulamos o conceito de identidade de Coracini (2007) e outros construtos dos Estudos Culturais, com Hall (2005) e Bhabha (2010). Para a elaboração das condições de produção (objeto do segundo capítulo) sob as quais foram produzidos os dizeres dos sujeitos pesquisados, recorremos a um breve histórico da inclusão escolar no país, perpassando pela legislação e mudanças daí decorrentes, além de relatos de professores e da direção das escolas pesquisadas. Por meio das análises e interpretações que compõem o terceiro capítulo deste trabalho, pudemos problematizar os dizeres de alunos com necessidades especiais, para refletir sobre aspectos da sua construção identitária inscritos em suas formações discursivas. Verificamos que, mesmo em uma época intitulada como “era” da inclusão, os dizeres dos alunos que por tanto tempo foram segregados ou marginalizados da sociedade carregam fortes marcas de reprodução do que o outro pensa de si; mesmo diante de avanços legais ou sociais, como a conquista do direito de estar entre os ditos normais, o sujeito que antes sofria exclusão explícita hoje lida com outra forma de exclusão: a velada. As identidades que esse sujeito assume representam sua forma de lidar com a exclusão: embora o outro não queira que ele esteja ali, por causar certo desconforto, embora por vezes seja categorizado pela anormalidade e daí derive certo sentimento de inferioridade, prefere fingir que aceita ser assujeitado como estratégia para estar entre os “normais”. |