Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Jorge, Klaudia dos Santos Gonçalves |
Orientador(a): |
Cunha, Rivaldo Venâncio da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1564
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Resumo: |
A tuberculose bovina é uma zoonose, doença ou infecção naturalmente transmissível entre os animais vertebrados e o homem, causada por Mycobacterium bovis, cujo hospedeiro primário é o bovino, mas diversas espécies de mamíferos domésticos, silvestres e o homem são também susceptíveis ao mesmo bacilo. Para identificar casos de tuberculose bovina em Mato Grosso do Sul e correlacionar esse achado com tuberculose zoonótica realizou-se o diagnóstico clínico, bacteriológico e molecular da infecção e comprovou-se a presença de M. bovis em produtos de origem bovina comumente utilizados como alimento humano. Foram realizados dois estudos. No primeiro, o objetivo foi avaliar a contribuição da vigilância sanitária para a investigação epidemiológica retrospectiva de focos de tuberculose em rebanhos de Mato Grosso do Sul. A partir de lesões macroscópicas detectadas ao abate de um bovino durante a inspeção sanitária de rotina, examinou-se 200 bovinos por meio de teste cervical comparativo (TCC). Os animais positivos ou inconclusivos nesse teste foram abatidos e ao exame macroscópico, amostras de órgãos com lesões sugestivas de tuberculose foram coletadas e encaminhadas para cultivo em meio de Stonebrink, pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) pelo método de Ziehl-Neelsen (ZN) e identificação molecular dos isolados por meio da reação da polimerase em cadeia (PCR) com os oligonucleotídeos JB21/JB22. O TCC diagnosticou tuberculose em 24/200 (12%) bovinos sendo 23 positivos e um inconclusivo. Ao abate sanitário, todos os 24 bovinos apresentaram lesões macroscópicas sugestivas de tuberculose. O exame microbiológico (cultura e ZN) dessas lesões possibilitou o isolamento de BAAR, e a PCR identificou a presença de M. bovis em todos os isolados. Conclui-se que, ao detectar lesões sugestivas de tuberculose em um único bovino, a inspeção sanitária de abate contribui para a investigação epidemiológica retrospectiva de foco de tuberculose em rebanho bovino. No segundo estudo, o objetivo foi isolar e identificar M. bovis do leite de vacas em lactação oriundas do mesmo rebanho com diagnóstico de tuberculose por meio do TCC. Amostras de leite in natura de 27 vacas positivas no TCC foram cultivadas em meio de Stonebrink e incubadas por até 90 dias. As colônias isoladas foram coradas pela coloração de ZN e identificadas por PCR empregando dois pares de oligonucleotideos: TB11/TB12 para identificação do gênero Mycobacterium spp e JB21/JB22 para identificação da espécie M. bovis. Das 27 amostras de leite in natura submetidas ao cultivo, 12 eram BAAR sendo todas confirmadas como de Mycobacterium spp pelos oligonucleotidios TB11/TB12 e destes, quatro eram de M. bovis, detectadas pela presença de produto de amplificação gerado pelo emprego dos oligonucleotidiios JB21/JB22. Conclui-se que a presença de M. bovis e de outras micobactérias no leite in natura de vacas provenientes de rebanhos com diagnóstico de tuberculose oferece risco ao consumo humano não só pela possibilidade de contrair tuberculose zoonótica, assim como outras micobacterioses. Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que M. bovis está presente no rebanho bovino do estado de Mato Grosso do Sul e pode ser encontrado tanto nos tecidos quanto no leite in natura de vacas oriundas de rebanho com diagnóstico de tuberculose. Além do risco predominantemente ocupacional de contágio humano por M. bovis pela via respiratória (inalação de gotículas infectadas) e cutânea (através de solução de continuidade da pele), medidas como a fervura/pasteurização do leite e produtos lácteos e o total cozimento da carne para o consumo são indispensáveis para evitar a transmissão de M. bovis por via digestiva ao homem, e para intensificar a prevenção e controle da tuberculose zoonótica. |