Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Mendonça, Mônica Renata Dantas |
Orientador(a): |
Lopes, Zaira de Andrade |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3036
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Resumo: |
Este relatório de dissertação é resultado da investigação sobre as representações sociais de gênero, de egressas do sistema prisional. O estudo foi realizado na Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso do Sul (AGEPEN/MS), mais especificamente no Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto, Aberto e de Assistência ao Albergado de Paranaíba/MS (EPRSAAA/PAR). Objetivamos identificar, sob o discurso das próprias egressas entrevistadas os motivos que as levaram a praticar o delito e se de alguma forma suas representações sociais de gênero influenciaram na prática ilícita. Buscou-se como fundamentação teórica o suporte da Teoria Histórico-Cultural para a compreensão do ser humano e da Teoria das Representações Sociais, sistematizada por Serge Moscovici. Para compreender as relações sociais e as vinculações afetivas dessas egressas utilizou-se o conceito de gênero conforme Joan Scott. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de orientação qualitativa, de caráter explicativo, pois pretende compreender a constituição da história de vida das mulheres pós-cárcere e suas representações sociais de gênero. As participantes da pesquisa são as egressas em cumprimento de pena em Regime Aberto. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas com roteiro semiestruturadas e organizados por meio das técnicas descritas por Laurence Bardin, em sua proposta de Análise de Conteúdo. Dessa forma foi possível dar visibilidade aos seus discursos, que muitas vezes são ignorados pelo estigma de ser mulher e egressas do sistema prisional. Após a análise dos dados identificou-se os sentidos e significados constantes nos relatos das participantes da pesquisa, possibilitando conhecer as representações sociais de gênero dessas mulheres egressas do sistema prisional. O conteúdo das falas das participantes foram organizados nos eixos temáticos: a) Afetividade, constituído pelas categorias relações afetivas, violência doméstica e a desilusão, b) Conflito com a Lei, onde tratou-se dos temas o trabalho, a influência, a prisão e as consequências e c) Estrutura do Patriarcado abordando sua configuração na vida e no crime. As influências das representações sociais de gênero das entrevistadas ganham evidência e suscitam a questão: considerando as representações sociais de gênero presentes na sociedade, o amor encarcera? Os motivos que as levaram a cometer o delito foram a representação social do amor e do afeto das entrevistadas, na qual a ideologia patriarcal denomina o papel social da mulher como aquele responsável pela função afetiva, desta forma, pode-se afirmar que a influência das representações sociais de gênero das egressas, contribuíram para a sua inserção no mundo do crime. É difundido e naturalizado em nossa sociedade patriarcal, que cabe à mulher o papel social de amar e perdoar incondicionalmente para assim proteger sua família, caracterizando enfim a essência feminina ensinada e cobrada em nossa sociedade. A imagem social da mulher, que sintetiza em si diversos elementos idealizados, os quais visam interesses de um grupo majoritariamente masculino, onde a imagem da mulher se constitui como permissiva, afetuosa e materna, constituíram as representações sociais enraizadas e declaradas nos discursos destas mulheres egressas. |