A Construção identitária da China no discurso midiático: poder e memória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Perles, Elza Mieko Koba
Orientador(a): Guerra, Vânia Maria Lescano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1636
Resumo: Este trabalho tem por objetivo problematizar o discurso midiático dos jornais Folha de São Paulo e Folha da Região no que concerne à representação identitátria da China. Tomando as Olimpíadas de Pequim, evento esportivo realizado em 2008, como acontecimento discursivo, são analisados 10 excertos de cada órgão midiático, a fim de estabelecer um contraponto entre as imagens que cada jornal traz sobre esse país asiático, cheio de contrastes e contradições. Pretende-se, com esta pesquisa, colaborar com os estudos acerca da identidade em Análise do Discurso de origem francesa, lançando luz sobre a representação identitária da China, partindo da hipótese de trabalho de que o acontecimento olímpico propiciou a emergência de um novo discurso sobre o país em questão. Para questões metodológicas, utiliza-se a arqueogenealogia formulada por Michel Foucault, que busca, no arquivo, as condições de possibilidade de emergência do discurso e as regras de funcionamento do poder/saber. Utilizando-se os referenciais teóricos da Análise do Discurso de linha francesa (AD), a partir dos trabalhos de Pêcheux (2009), Foucault (2008a, 208b e 2009) e Gregolin (2003 e 2007), busca-se, nos arquivos do discurso midiático sobre a China, a emergência das relações de poder e saber que regem a aparição do discurso sobre esse país. A AD, como disciplina fundada na confluência da língua, história e memória, permite ultrapassar a visão de neutralidade da mídia e buscar os efeitos de sentido possíveis e os efeitos de verdades pretendidos pelos órgãos midiáticos. Além disso, deve-se ressaltar que são estabelecidos diálogos com os princípios teóricos dos Estudos Culturais que abarcam as questões identitárias, a partir dos estudos acerca da sociedade pós-moderna, os efeitos da globalização sobre a produção cultural, bem como os preceitos teóricos da cultura pós-colonialista. A perspectiva culturalista permite, ainda, entender o discurso midiático como um produto cultural inserido na lógica da globalização, ao mesmo tempo aponta para a emergência de um discurso contra a hegemonia ocidental. O trabalho está organizado de modo que no capítulo I apresentam-se os aportes teóricos que fundamentam esta pesquisa, no capítulo II apresentam-se as condições de produção do discurso midiático em questão e no capítulo III encontra-se a análise dos dados. Os resultados nos indicam que tanto a Folha de S. Paulo quanto à Folha da Região trazem uma representação identitária heterogênea da China, que oscila entre a imagem de prosperidade e de totalitarismo.