Flora, fenologia de floração e polinização em capões do Pantanal Sul Mato Grossense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Araujo, Andréa Cardoso de
Orientador(a): Sazima, Marlies
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/1565
Resumo: Os objetivos deste estudo são conhecer as espécies vegetais que ocorrem em capões, a variação na disponibilidade de flores ao longo do ano, as síndromes de polinização e as espécies de flores exploradas por beija-flores neste ambiente. Todas as espécies em flor foram registradas em 3-5 capões diferentes a cada mês (totalizando 52 capões), num período de 13 meses no Pantanal do MirandaAbobral. As espécies floridas tiveram seu hábito, altura, número de flores abertas e sua síndrome de polinização registrados. Cada capão (0,2 - 3,8 ha) foi amostrado uma vez e a área total amostrada foi de 51,6ha. Foram registradas 256 espécies em flor distribuídas em 173 gêneros e 67 famílias ao longo do período deste estudo. As famílias mais freqüentes foram Fabaceae, Asteraceae e Malvaceae. A forma de vida mais freqüente entre as espécies registradas foi herbácea (38,3%), seguida por sub arbustiva-arbustiva (22,3%), liana (21,1%), arbustivo-arbórea e arbórea (14,4%) e hemi-parasita (0,8%). A maior parte das espécies registradas ocorreu na borda dos capões. Espécies dos estratos mais baixos da vegetação floresceram por períodos de tempo significativamente mais longos que espécies dos estratos mais altos (p = 0,01). A densidade média de indivíduos floridos foi maior durante o período chuvoso ao passo que a densidade média de flores foi maior no período seco. A grande maioria das espécies registradas é polinizada por abelhas ou por mais de um grupo de insetos (80,1%) seguida pela miiofilia (6,25%), anemofilia (3,1%), psicofilia (2,7%), omitofilia (2,3%), esfingofilia (1,6%), cantarofilia e quiropterofilia (ambas com 0,8%). Espécies omitófilas apresentaram os períodos de floração mais longos ao passo que as anemófilas foram as que apresentaram períodos de floração mais curtos. A diversidade de síndromes de polinização foi maior durante a estação chuvosa e início da seca (dezembro a julho). A maior parte das 44 espécies em que foi feito registro focal de visitantes (52,3%) pode ser polinizada por mais de um grupo de polinizadores e 75% podem ser polinizadas por mais de uma espécie de polinizador. As espécies de plantas mais generalistas quanto aos seus vetores de pólen são principalmente arbóreas, apresentam flores de cores claras e de morfologia aberta ou do tipo pincel e florescem no final da estação seca (entre agosto e novembro). Os beija-flores visitaram 21 espécies de plantas nos capões, sendo em sua maioria herbáceas e lianas, e principalmente espécies nãoomitófilas. Entretanto, as taxas de visitas às flores omitófilas e não ornitófilas não diferem significativamente. Hy/ocharis chrysura é o único beija-flor residente e o mais freqüente nos capões, sugerindo que seja importante polinizador das espécies omitófilas que ocorrem neste ambiente. Helicteres guazumaefolia é recurso importante para este beija-flor uma vez que é a única espécie omitófila que floresce ao longo de todo o ano nos capões