Fenologia de floração e polinização de espécies ornitófilas na Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Faria, Rogerio Rodrigues
Orientador(a): Araujo, Andréa Cardoso de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/610
Resumo: Os beija-flores (Trochilidae) compõem o maior grupo de polinizadores vertebrados dos neotrópicos, e em regiões neotropicais as plantas polinizadas por essas aves podem constituir de 2-15% das espécies de angiospermas de uma dada comunidade. Este estudo teve como objetivos: (i) registrar a fenologia de floração e a polinização das espécies ornitófilas em dois ambientes (mata ciliar e em uma floresta de encosta) da Serra da Bodoquena, e (ii) descrever o sistema reprodutivo e testar a produção de frutos sob diferentes intensidades de polinização para a espécie Ruellia angustiflora (Acanthaceae), na mata ciliar do rio Salobrinha. O estudo foi conduzido de junho de 2005 a agosto de 2006. Dados sobre a fenologia de floração, a biologia floral, o volume e a concentração do néctar, bem como observações focais dos visitantes florais foram tomadas mensalmente em pelo menos dez individuos pré-marcados de todas as espécies ornitófilas registradas. Adicionalmente, foram realizados experimentos reprodutivos e o registro do efeito de uma, duas e três visitas na formação de frutos e sementes em Ruellia angustiflora. A comunidade estudada apresentou oito espécies ornitófilas e seis de beija-flores, sendo Acanthaceae a familia mais representativa entre as espécies ornitófilas da Serra da Bodoquena e a que possuiu as espécies mais importantes como fonte de recurso para os beija-flores. As espécies ornitófilas floresceram o ano todo provendo recurso para a comunidade de beijaflores nos dois habitats estudados. Phaethornis pretrei foi o principal visitante das espécies ornitófilas, ocorrendo ao longo de todo o ano na área de estudo e visitando as flores de todas as espécies de forma legitima. Ruellia angustiflora é autógama e os resultados dos experimentos de polinização cruzada com diferentes cargas de pólen sugerem limitação de pólen, pois ocorreu aumento na formação de frutos com o aumento na dosagem de pólen. Por outro lado, não houve efeito do número de visitas de beija-flores sobre a formação de frutos e sementes por essa espécie. De acordo com os resultados obtidos, a única barreira que R. angustiflora parece apresentar contra a autopolinização é a hercogamia.