Determinantes do ganho rápido de peso e a sua influência no estado nutricional infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Maíra Barros Louro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ENFERMAGEM - ESCOLA DE ENFERMAGEM
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/42566
https://orcid.org/ 0000-0002-5483-9739
Resumo: Introdução: A ocorrência do ganho rápido de peso infantil (GRP) pode estar associado a desfechos de peso ao longo do ciclo de vida. Os fatores de risco para o GRP incluem preditores maternos, gestacionais, infantis e contextuais e reforça-se a importância de avaliar também a hipótese sobre a possível associação com polimorfismos genéticos. Objetivo: Testar a associação entre ganho rápido de peso na infância, polimorfismos genéticos e estado nutricional de crianças. Metodologia (Manuscrito 1): Estudo transversal com bases de dados de inquéritos populacionais em crianças com peso ao nascer adequado no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru para estimar a associação entre GRP e excesso de peso em crianças de 0 a 5 anos. Foram estimadas as prevalências, odds ratio e IC95% por regressão logística multivariada. Metodologia (Manuscrito 2): Estudo de coorte com crianças do PROLAC no município de Viçosa, Minas Gerais, do nascimento aos seis meses. Foi obtido material biológico por swab bucal para análises genéticas de polimorfismos dos genes FTO, MC4R e APOA5. Considerou-se GRP quando a diferença (subtração) de escore-z de peso para idade (P/I) era >+0,67 entre duas avaliações. Na análise exploratória das curvas da taxa de incidência acumulada de GRP utilizou-se o estimador de Kaplan-Meier (failure), bem como o teste Log-Rank para realizar as comparações entre os grupos de interesse. Para estimar a razão de riscos utilizou-se o modelo semi-paramétrico de Cox e para verificar a qualidade do ajuste do modelo proposto foram utilizados os resíduos generalizados de Cox-Snell. Metodologia (Manuscrito 3): Estudo de coorte com 267 crianças. As crianças tinham que ter ao menos 3 avaliações antropométricas, ou seja, ao nascer, entre o nascimento e seis meses de vida e entre 4 e 7 anos de idade, e foram divididas em grupo de acordo com a presença ou ausência do GRP, diagnosticado se a diferença de escore-z de P/I peso para idade foi > +0,67 entre duas avaliações. Para analisar a trajetória da média de IMC infantil foi utilizada a função Longitudinal Analyses Data Plots, para comparação entre as médias de IMC dos grupos em cada tempo foi aplicado uma ANOVA de dois fatores e para as comparações múltiplas foi utilizado o teste Bonferroni. Resultados (Manuscrito 1): As chances de excesso de peso em crianças com GRP, ajustado por amamentação, foram de 6,1 vezes, 4,4 vezes, 6,7 vezes e 12,2 vezes quando comparado às crianças sem GRP no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru, respectivamente. Resultados (Manuscrito 2): A porcentagem de crianças com GRP foi 31,84% ao longo do estudo e a taxa de incidência foi estimada em 2,31 casos/1000 pessoas-dia. Apresentaram maior risco de GRP as crianças que nasceram com peso <3000g e cujas mães que apresentaram sobrepeso ou obesidade pré-gestacional. Resultados (Manuscrito 3): As crianças com GRP apresentaram significativamente maiores níveis da média de IMC ao longo da trajetória. Conclusões: Não foi possível demostrar associação entre os polimorfismos genéticos e GRP pelo menos na infância, porém o peso ao nascer inadequado e o alto peso pré-gestacional materno se associaram significativamente ao GRP. O GRP foi associado a um maior risco de desfechos de peso aferidos por meio de índices de massa corporal. Dado o impacto do GRP na trajetória da média de IMC ao longo da infância e no excesso de peso infantil, faz-se importante os cuidados desde o pré-natal, pós-parto e puericultura nos primeiros anos de vida da criança.