Neuromotor impairments in children with hemiplegic cerebral palsy: evaluation, mechanisms and intervention.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Deisiane Oliveira Souto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
Programa de Pós-Graduação em Neurociências
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34133
Resumo: A paralisia cerebral (PC) é causada por um dano multifatorial não progressivo que afeta o sistema nervoso central em desenvolvimento. O subtipo espástica é o mais comum e resulta de lesões no sistema piramidal. Embora a PC Hemiplégica (PCH) cause danos ao sistema piramidal unilateral, a apresentação clínica de seus déficits neuromotores também é sugestiva de sintomas extrapiramidais e cerebelares bilateralmente. É possível que os comprometimentos motores bilaterais observados em crianças com PCH estejam relacionados a déficits no planejamento motor. Estudos de neuroimagem mostraram que imagem motora (IM), ou seja, movimentos imaginados, ativa redes neurais semelhantes às envolvidas no planejamento e na execução dos movimentos, podendo ser uma ferramenta potencial na reabilitação dos déficits neuromotores observados na PCH. Embora IM tenham sido apontada como uma estratégia promissora para a reabilitação, ainda são escassas as informações sobre seu desenvolvimento ao longo da infância e adolescência. Não está claro ainda se mesmo após lesão cerebral precoce as crianças com PCH podem se envolver em tarefa que exige o uso de IM. O objetivo geral da presente dissertação é fazer uma investigação ampla dos comprometimentos neuromotores na PCH com ênfase no estudo da IM e sua efetividade na reabilitação dos membros superiores dessa população. Com este propósito, o presente trabalho é composto por quatro estudos. No Estudo 1 foi estabelecido um protocolo de exame neuromotor capaz de avaliar a presença de comprometimentos bilaterais nos três níveis de integração motora (piramidal, extrapiramidal e cerebelar) de crianças com PCH. Nesse estudo, as crianças com PCH apresentam sinais neuromotores sugestivos de comprometimentos nos três níveis de integração do sistema motor. Além disso, os comprometimentos foram reportados em ambos os membros, independente da lateralidade da lesão. No Estudo 2, foi utilizada uma tarefa de rotação mental para avaliar o desenvolvimento da IM em crianças e adolescentes saudáveis de diferentes faixas etárias (6-7 anos, 8-9 anos, 10-11 anos, 12-13 anos) comparando seu desempenho ao de adultos saudáveis. Os resultados mostraram que as crianças de 6 a 7 anos já são capazes de realizar IM, contudo, ocorre uma melhora progressiva conforme o aumento da idade. Foi descoberto ainda que aos 10 anos de idade a habilidade de IM das crianças é semelhante aos adultos. O Estudo 3 investigou a capacidade de IM em crianças e adolescentes com PCH utilizando uma tarefa de rotação mental. Foi descoberto que as crianças com PCH podem desempenhar IM, no entanto, sua habilidade não equivale a de controles saudáveis. Além disso, foi verificado que a habilidade de IM pode ser influenciada pelo desempenho funcional e pela memória de trabalho das crianças. Por fim, o Estudo 4 avaliou a eficácia de um protocolo de reabilitação baseado no treinamento de IM associado a prática física na reabilitação dos membros superiores de crianças com PCH. Diferenças significativas foram encontradas entre o grupo intervenção e controle, fornecendo evidências preliminares da eficácia de IM na reabilitação neuromotora. Esses resultados serão discutidos e interpretados considerando a literatura atual e suas implicações para a prática clínica e a neuro-reabilitação.