A esquizofrenia por detrás do fracasso escolar

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Daniela de Oliveira Pinheiro
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais; Brasil; FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO; Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social; UFMG
• Palavras-chave em Português: Esquizofrenia; Fracasso escolar; Psicanálise; Problemas de linguagem; Fenômenos de corpo; Educação; Psicologia educacional; Psicologia escolar; Psicologia da aprendizagem
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/74551

A presente dissertação intitulada “A esquizofrenia por detrás do fracasso escolar” se debruça sobre algumas das possíveis razões envolvidas em casos de alunos com baixo rendimento na escola, mesmo após a implementação de intervenções pedagógicas como aulas de reforço extraclasse. A pesquisa possui como ponto de partida a experiência com crianças na prática da docência e psicanálise. Na clínica psicanalítica, foram apresentadas crianças em situação de fracasso escolar que aparentavam ter sintomas bastante similares. A escuta analítica revelou problemas concernentes à linguagem e aos fenômenos de corpo característicos da esquizofrenia. O fracasso escolar, nesses casos, era indício de fraturas provenientes da condição esquizofrênica. Esta dissertação consiste no aprofundamento teórico desse tipo clínico e, para tanto, foi feito um diálogo entre a intervenção pedagógica e a psicanálise no primeiro capítulo, detalhando processos de ensino-aprendizagem retidos na condição de fracasso. O trabalho investiga ainda a temática da esquizofrenia, a partir de uma revisão bibliográfica para tratar conceitos como “a desordem no sentimento de vida”, a “linguagem de órgão”, “a palavra tomada como coisa”, “o corpo sem órgãos”, dentre outros, juntamente com casos clínicos ilustrativos sob a ótica da psicanálise, assunto dedicado ao segundo e terceiro capítulos. O quarto capítulo aborda, mais detalhadamente, um caso clínico exemplar da esquizofrenia de uma criança de sete anos que manifestava fraturas na linguagem e no corpo. O tratamento analítico acontece em três momentos distintos e o capítulo discorre sobre as invenções do sujeito, sob transferência, para tratar seus impasses e mal-estar. O trabalho problematiza os casos de fracasso escolar ao discutir que o entrave à aprendizagem pode não ser relativo à esfera pedagógica, mas da ordem da subjetividade. Dessa forma, uma vez que aparece por parte de certos alunos uma urgência subjetiva, a abordagem psicanalítica para esquizofrenia se mostra frutífera para analisar o complexo quadro de baixo rendimento escolar nestes casos.