'A dor dorme com as palavras': a poesia de Paul Celan nos territórios do indizível e da catástrofe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mariana Camilo de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7F9EFR
Resumo: Neste estudo pretende-se, a partir do legado literário do poeta Paul Celan, efetuar uma aproximação da aporia em torno da (im)possibilidade de representação da experiência catastrófica, considerada traumática e indizível. Visa-se, ademais, propor uma reflexão sobre os efeitos da experiência poética neste âmbito. Para tal empreitada, foi necessária uma incursão em uma parte da lírica celaniana. Deter-se-à na análise de noções como as de testemunho,representação, indizível, trauma, dor e sublimação, bem como no fato de que a língua poética de Celan era o alemão, que fora simultaneamente sua língua 'materna e dos assassinos' ['Muttersprache-Mrdersprache']. A obra de Paul Celan demonstra a possibilidade de uma poesia após Auschwitz que se utiliza de procedimentos poéticos para incorporar o silencio como forma de falar. Observa-se que o poeta opera de maneira a não tornar 'belo' ou 'facilmente assimilável' o horror da Shoah, além de que sua poética torna-se mais fragmentária e silenciosa, no paradoxo entre o hermetismo e a dialogia. Assim sendo, foram apontados caminhos para a abordagem do problema da representação da catástrofre. Identificou-se, também, um duplo aspecto dos efeitos da escritura - restaurador e disruptivo -, em especial daquela que se encontra nos territórios do indizível e da catástrofe.