Conquista e povoamento de uma fronteira: a formação regional da Zona da Mata no Leste da Capitania de Minas Gerais (1694-1835)
Ano de defesa: | 2008 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7CUF2D |
Resumo: | Este trabalho tem como tema mais abrangente a investigação dos processos de ocupação e de povoamento territorial durante o período colonial no leste da Capitania de Minas Gerais. A literatura histórica criou o dogma de que a ocupação dessa área só ocorreu no decorrer das primeiras décadas do século XIX, em decorrência da quebra da política metropolitana de restrição à abertura de caminhos nas áreas não povoadas, do decréscimo da extração aurífera na antiga região das minas e da introdução do café. Todavia, já nos primeiros tempos da descoberta do ouro, a Mata foi um espaço instável, dinâmico, com surtos variáveis de ocupação territorial a partir de três frentes pioneiras: ao longo das margens do Caminho Novo, no vale do rio Pomba e no alto vale do rio Doce. A sua primeira acepção de região remonta ao período colonial, advinda dos maciços florestais da mata atlântica e da presença de um conteúdo distinto de organização territorial. Na formação regional houve diferenças em termos dos agentes modeladores, das atividades econômicas instaladas, das estruturas fundiárias e da evolução dos meios de transporte rodo-ferroviários, bases para explicação da disparidade intra-regional atual da Mata. A principal fonte documental utilizada para o estudo da produção agrária foram os registros de pagamento dos dízimos. A partir deles são analisadas a expansão, as características agropastoris e a formação socioespacial de dois sistemas agrários, mercantil simples ou camponês e escravista ou latifundiário. A crise da mineração promoveu a expansão e a desconcentração da atividade agropecuária, notada na primeira década do oitocentos quando os pequenos lavradores ganharam maior visibilidade. Com a introdução do café, a agropecuária mercantil apresentou novos sinais de concentração, protagonizada pelos extratos sociais dos médios e grandes lavradores, os quais se utilizaram de estratégias para preservar o status familiar e conter o fracionamento do patrimônio. A produção camponesa, por sua vez, esteve condicionada à disponibilidade de terras em áreas de fronteira, esgotada em função da colonização antiga da área e da expansão demográfica. Fatores como a redução de matos virgens, o aumento do preço da terra, o parcelamento do solo e a pulverização dos bens do inventário afetariam a reprodução do seu modo de vida. |