Correlação entre patência nasal e achados polissonográficos em criança respiradoras orais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Aurélia Albuquerque Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
MED - DEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA E OTORRINOLARINGOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/67496
Resumo: Devido às repercussões negativas da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) em crianças, essa condição deve ser ativamente investigada. SAOS está associada ao maior risco de complicações pós-operatórias nas adenotonsilectomias, alterações ortodônticas, fonoaudiológicas, posturais, prejuízo de crescimento e desenvolvimento infantil. Realizar a Polissonografia (PSG) permite diagnóstico e tratamento precoce da SAOS, especialmente nos casos graves. Identificar quais crianças com Síndrome do respirador oral (SRO) apresentariam SAOS e deveriam ser submetidas à PSG, continua um desafio, pois a avaliação clínica não apresenta acurácia diagnóstica. Apesar de incorporada ao Sistema único de saúde (SUS), a PSG continua sendo um exame de difícil acesso, principalmente para o atendimento pediátrico. O objetivo deste estudo é avaliar a correlação entre os achados da Rinomanometria (RNM), por meio da medida objetiva de resistência nasal e os achados de SAOS de crianças respiradoras orais. Foram avaliadas 38 crianças com SRO, no ambulatório do Respirador Oral, por equipe multidisciplinar, incluindo avaliação fonoaudiológica, ortodôntica, submetidas à exame otorrinolaringológico, teste alérgico, além de endoscopia nasal, Rinomanometria e PSG. A primeira Tabela mostra as estatísticas descritivas das variáveis qualitativas do estudo, no qual 47,4% das crianças eram do sexo masculino e 52,6% do sexo feminino. Em relação à patência nasal, 63,2% apresentavam normalidade nos resultados, enquanto em relação aos eventos de apneia e hipopneia obstrutivos, apenas 18,4% eram normais. Isso mostra que os exames analisados não podem ser comparados. As demais variáveis, do banco de dados, são quantitativas e em virtude da não normalidade são apresentadas em forma de mediana e quartis e estão representadas em Tabela. Para comparar os quatro grupos de Índice de apneia e hipopneia obstrutiva (IAHO), com relação a resistência nasal total, aplicou-se um teste de comparação, que identificou que não existe evidência de diferença entre eles (p = 0,219). Na comparação entre os dois grupos, a única diferença significativa foi no índice de despertares que é, estatisticamente, menor no grupo com IAHO, menor que 1. A correlação de Spearman mostra que não existe correlação entre resistência nasal e índice de despertares (p > 0,05). Por fim, a curva Receiver Operator Characteristics (ROC) tem a intenção de encontrar um ponto de corte na variável de resistência nasal que separe os indivíduos com Índice de Apnéia e Hipopneia Obstrutiva (IAHO) normal dos alterados. Um ponto ótimo da curva (apesar do valor da área estimada não ser significativo p = 0,207), seria o ponto de corte de resistência nasal de 0,2935 com 74,2% de sensibilidade e 57,1% de especificidade. A área sob a curva foi de 0,654 (IC 95%: 0,466 – 0,843). Apesar de ser uma boa ferramenta para avaliar a patência nasal, a RNM mostrou fraca concordância com IAHO para definir SAOS, não sendo confiável para avaliar as crianças que necessitam ser submetidas à PSG.