Saberes docentes na constituição da profissionalidade na educação infantil
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Educação e Docência UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/78078 |
Resumo: | Esta dissertação tem por tema os saberes docentes na constituição da profissionalidade de professoras da Educação Infantil (EI), com foco na docência com crianças de 1 ano. Tal tema se faz relevante uma vez que a consolidação dessa profissionalidade encontra dificultadores diversos, como a formação insuficiente, condições inadequadas de trabalho, equívocos da representação social da atividade profissional, entre outras. Nesta pesquisa nos voltamos, principalmente, para a dificuldade de legitimação do saber próprio desse grupo profissional. Entende-se por profissionalidade os saberes específicos de certo grupo de pessoas que exercem uma profissão, uma jurisprudência coletiva do grupo de trabalhadores. No caso da EI, esse saber se confunde com o fazer feminino ou maternal, consequência de um histórico assistencialista. O objetivo principal deste trabalho é analisar de forma sistemática os saberes de duas professoras que demonstram uma prática de qualidade com crianças de 1 ano. Utilizamos como metodologia de produção de dados: questionário, observação participante e entrevista semiestruturadas. Para análise dos dados, utilizou-se a triangulação de métodos (Marcondes e Brisola, 2014). Sacristán (1995), Gauthier et al. (1998), Nunes e Ramalho (2008), Tardif (2011, 2014), Shulman (2014) e Nóvoa (2022) nos embasam no que diz respeito à profissionalização, profissionalidade e fundamentos dos saberes docentes. Os textos de Fochi et al. (2017), Dalledone e Coutinho (2020) e Borges e Magalhães (2023) foram os principais que nos serviram como parâmetros de pressupostos necessários para delimitarmos o que é a docência de qualidade, especificamente na etapa creche. Os dados mostraram que a maior parte das ações das professoras refletem raciocínio pedagógico único e complexo, a partir da articulação de vários saberes. Suas escolhas durante a condução diária da turma e nos momentos de resolução de situações problema, na maioria das vezes, são eficientes em relação aos seus objetivos. Ambas demonstram agir a partir de três princípios permanentes: 1) o diálogo constante para direcionamento e validação dos direitos das crianças; 2) a gestão do tempo para garantia do movimento autônomo; 3) constante intenção de mediação coletiva, que ocorre nas permanentes mediações e avaliações individuais. As estratégias principais que percebemos, que coincidiram na ação das professoras, foram sistematizadas em um quadro sugestivo de um corpo de saberes para docentes atuantes com a faixa etária de 1 ano. Observa-se, entretanto, a necessidade das instituições e redes suscitarem a reflexividade docente, pois muitos saberes que as professoras mobilizam no exercício do ofício não podem ser considerados saberes profissionais, visto que carregam pouco embasamento. Na ausência de saberes profissionais, professoras mobilizam saberes e valores próprios, o que reforça a tendência de saber individualizado e fragmentado, distanciando-as da produção ativa da base de conhecimentos profissionais da classe. |