Perfil conceitual de molécula: heterogeneidade de modos de pensar e falar no ensino superior de química

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Renata Reis Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34197
Resumo: Nesta tese, buscamos remodelar o perfil conceitual de molécula baseado no perfil pré-estabelecido por Mortimer e Amaral (2014). Realizamos a coleta de dados empíricos em cursos de graduação em Química seguindo as bases metodológicas do programa de pesquisa em perfis conceituais. Nesse sentido, foram analisados dados obtidos em livros didáticos indicados para o ensino superior, questionários, entrevistas e aulas de química, todos desse nível de ensino. Após análise e diálogo entre os dados, propusemos o novo perfil conceitual de molécula constituído por seis zonas: primeiros princípios, substancialismo, átomos geometricamente arranjados, composicionista, interacionista e molécula moderna. As zonas foram delimitadas por compromissos epistemológicos e ontológicos que foram identificados nas diversas formas de falar e pensar reconhecidos nos dados. Dos questionários, observamos, por exemplo, a predominância das zonas interacionista, composicionista e átomos geometricamente arranjados, respectivamente; nas aulas de química e nos livros, verificamos que ainda há o uso do substancialismo. Posteriormente, produzimos e aplicamos uma atividade envolvendo as zonas do novo perfil de molécula de forma a abordá-las em uma única aula. Essa atividade foi executada em aulas de Química Orgânica do ensino superior e da pós-graduação. Observamos que os modos de pensar e falar sobre as mesmas questões diferiram nos dois níveis de ensino e que os estudantes da pós-graduação têm uma maior apropriação das formas de falar relativas à zona molécula moderna. Alguns estudantes sinalizaram que fazem escolhas das formas de falar sobre molécula dependendo do contexto de uso da fala, ou seja, podemos perceber que eles têm a consciência do perfil e do uso de diversas zonas em diferentes contextos. O perfil proposto neste trabalho apresenta zonas que remetem aos princípios básicos da química, o que demonstra sua relevância e importância para a área. Além disso, o estudo ressalta a importância e a centralidade do conceito de molécula no ensino de química. Entendemos que determinados conteúdos abordados nas aulas podem favorecer o surgimento de algumas zonas específicas desse perfil, além de que parece haver variações do uso de zonas em relação às diferentes representações de molécula. A consciência desse perfil pode auxiliar o professor no planejamento de atividades que promovam o entendimento das distintas formas de falar e modos de pensar para resolver problemas distintos. Os estudantes também precisam ter consciência desse perfil para, então, perceberem que as formas de falar e os modos de pensar sobre molécula não são igualmente poderosos para resolver problemas distintos.