Práticas epistêmicas ao longo do 8º ano do ensino fundamental: uma análise do uso e avaliação de evidências em aulas de ciências.
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/43688 https://orcid.org/0000-0002-6678-8537 |
Resumo: | A presente pesquisa teve como objetivo analisar como estudantes do 8° ano do Ensino Fundamental adotavam práticas epistêmicas durante aulas de Ciências. A área de pesquisa em Educação em Ciências tem indicado a relevância de se compreender como estudantes propõem, comunicam, avaliam e legitimam conhecimentos em sala de aula em uma perspectiva processual, ao longo do tempo. Nesse cenário, insere-se nosso estudo. A presente pesquisa faz parte de um projeto mais amplo que acompanhou uma mesma turma de uma escola pública federal ao longo dos três últimos anos do Ensino Fundamental, do 7° ao 9° ano. As análises apresentadas neste estudo referem-se às aulas de ciências do 2º semestre do ano de 2019, quando o grupo estava no 8° ano. Para desenvolvermos a pesquisa, utilizamos o conceito de práticas epistêmicas proposto por Gregory Kelly de modo articulado a elementos da Etnografia em Educação como lógica de investigação. A construção dos dados foi realizada por meio de observação participante, registro em caderno de campo, áudio e vídeo. A análise foi orientada pela metáfora analítica da “Ampulheta Etnográfica”, que se deu em três fases: afunilamento da história da turma, vértice da ampulheta e processo de ampliação. Para o afunilamento, buscamos conhecer a história ampla da turma nas aulas de ciências e escolher um evento com potencial analítico para ancorar nossas análises do vértice da Ampulheta. Em seguida, no vértice, realizamos a análise das interações discursivas do evento selecionado. O evento se deu em uma aula em que os alunos participavam de um debate sobre a regulamentação do cigarro eletrônico. Nas análises da ampliação da ampulheta, buscamos relacionar o evento âncora a outros eventos, textos e contextos, a fim de ampliarmos nossa compreensão sobre as práticas epistêmicas ao longo do tempo. Os resultados indicam que o professor proporcionou um contexto instrucional de caráter investigativo, favorecendo a adoção de práticas epistêmicas. Este processo não ocorreu de modo linear, mas seguiu um caminho sinuoso ao longo do tempo. Ora os alunos avançavam rumo à maior autonomia na adoção das práticas epistêmicas, ora não adotavam práticas epistêmicas. O evento âncora revelou o uso de evidências – consideradas científicas – como um critério epistêmico importante para a comunicação do conhecimento neste grupo. Todavia, outras vivências e perspectivas, além das evidências consideradas científicas, foram mobilizadas no evento âncora, o que gerou consequências para os modos de comunicar e avaliar o conhecimento na turma. Práticas epistêmicas de avaliação foram mobilizadas como recurso para participação dentro das normas acordadas pelo grupo ao longo do semestre. Discutimos tais resultados à luz da literatura da área, apontando implicações para a pesquisa, para a prática pedagógica e políticas públicas em educação. |