Gender dynamics in Brasilian households and labor market: evolving roles and persistent inequalities
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil Programa de Pós-Graduação em Economia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/61990 |
Resumo: | No Brasil, o processo de aumento da participação feminina no mercado de trabalho e a adoção de novos papéis pelas mulheres resultam na prevalência de jornadas de trabalho duplas na rotina das trabalhadoras. Apesar das mudanças em direção da igualdade de tempo de trabalho doméstico entre homens e mulheres, ainda persistem diferenças na alocação do tempo. Outra mudança é a tendência de maior igualdade nos ganhos entre os cônjuges em todo o mundo. A dupla jornada de trabalho feminina reforça a inserção ocupacional e padrões de transição ocupacional segmentados. Essa tese utiliza a família como fio condutor para investigar a desigualdade de gênero nos domicílios e no mercado de trabalho brasileiro, considerando também dimensões da estratificação social e demografia. O primeiro artigo explora o impacto da estrutura familiar e das características ocupacionais no tempo dedicado ao trabalho remunerado e não remunerado. Observa-se um padrão tradicionalista de uso do tempo, uma vez que, por exemplo, ter um parceiro no domicílio aumenta mais o trabalho doméstico da mulher do que um filho/filha. O trabalho doméstico das mulheres é significativamente influenciado pelo status sócio-ocupacional e pela composição do domicílio, enquanto o status sócio-ocupacional dos homens não tem tanto peso em comparação à estrutura do domicílio. As ideologias de género falam mais alto do que as diferenças e desigualdades sociais e demográficas de casais e famílias na delegação do trabalho doméstico às mulheres. O segundo trabalho aborda a associação de rendimentos de casais heterossexuais em diferentes faixas de renda e ao longo do tempo. Entre 1995 e 2019, a tendência de igualdade está mais relacionada com uma redução da disparidade salarial em favor dos homens ou aumento nos casos de equiparação salarial do que com o aumento da frequência de mulheres com rendimento superior aos de seus parceiros. A tendência de maior igualdade de rendimentos vai até as mulheres ainda ganharem menos que seus parceiros. Esta norma é mais flexível entre os mais pobres, padrão que provavelmente emerge da necessidade económica e não de mudança nas atitudes de género. O terceiro artigo analisa a mobilidade ocupacional, enfatizando a intensidade ocupacional de gênero das ocupações e a estrutura familiar dos trabalhadores. Identifica-se um padrão de género nas transições ocupacionais já que, por exemplo, há maior redução da frequência das transições para ocupações não típicas de gênero entre mulheres do que homens. Além disso, a frequência das transições das mulheres para ocupações masculinas diminuíram mais rapidamente do que o movimento deles para ocupações femininas entre 2012 e 2019. No geral, as mudanças ocupacionais reduzem a segregação de gênero, especialmente as realizadas por mulheres, contudo, esse padrão não é claro e não parece intensificar-se ao longo dos anos. A contribuição deste trabalho é identificar um conjunto de transformações de gênero que são desiguais; acontecem mais entre as mulheres do que entre os homens, mais no local de trabalho do que em casa, e de forma diferente entre os grupos socioeconômicos, e estagnadas. |