A materialidade do poder no pensamento de Michel Foucault : por uma “história política dos corpos”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Juliana de Paula Sales Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/45839
Resumo: Esta tese se dedica a pensar as relações entre o poder e corpo, percorrendo a chamada analítica do poder de Michel Foucault, acompanhando suas demarcações históricas. Trata-se de buscar pelas relações entre o poder e o corpo historicamente ancoradas, segundo uma compreensão ampla da analítica, que começa a ser elaborada pelo filósofo desde o início da década de 1970, percorrendo os cursos, obras e outros textos a partir dos quais é possível resgatar certo projeto de escrita de uma “história política dos corpos”, a ser buscado por nós dentro das várias genealogias propostas por Foucault. Remontando vários capítulos possíveis dessa história política dos corpos, que envolve os corpos assujeitados ao trabalho, aos sistemas de utilidade em geral, ao controle e incitação da sexualidade, abarcando a captura da vida pelo poder e a normalização biopolítica da sociedade, coloca-se em relevo a ideia foucaultiana de que o poder passa pelos corpos. Aplicando-se nos corpos individuais ou coletivos, formando redes de apoio e complexas relações de sujeição, o poder, embora não tenha substância para Foucault, evidencia sua materialidade. Pelo menos até 1976 no pensamento foucaultiano, a concepção de um poder que é material ou físico supõe que, investindo-se nos corpos e mesmo os produzindo, as práticas de poder e de saber constituem subjetividades. Todavia, ao transitarmos pela analítica, aceitando os desafios de termos de lidar com suas inúmeras reformulações e inflexões, seremos deslocados a buscar por uma “história política da população”, quando adentrarmos o curso de 1978 e a abertura para a governamentalidade. Interessa-nos o ponto em que a população, como um sujeito e objeto nas práticas de poder, se mostra como um corpo coletivo biológico e político a ser governado por práticas de Estado, ideia que nos leva não a uma unidade no percurso da analítica, agora transformada em uma analítica da governamentalidade, mas que nos sugere a continuidade das elaborações materialistas de Foucault acerca do poder.