Pedro Braga: uma voz no Vau

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Josiley Francisco de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ALDR-6M3N6K
Resumo: Paulo Braga era contador de histórias do Vau, povoado do município de Diamantina; nasceu em 1917 e faleceu em 2000. Ele representa um caso particular dentre os contadores de histórias de tradição oral, pois além de contar pela palavra falada, contou também através da escrita. Pedro Braga deixou vários cadernos manuscritos em prosa e verso, em que registrou, além de sua própria vida, histórias transmitidas por gerações no jogo do ouvir-contar que chegaram até ele por intermédio de seus antepassados. A escrita de Pedro Braga revela forte relação com a oralidade. Tendo freqüentado a escola por cerca de apenas três anos, o contador do Vau não escrevia segundo as regras da gramática do português escrito, mas se orientava pela expressão sonora das palavras. Em seus cadernos, Pedro Braga registrou muitas narrativas que remontam ao período em que o Vau, localizado na região antiga Comarca de Serro Frio, conviveu com o auge da atividade de mineração no século XVIII. Nessas histórias, escritas em prosa, o negro na condição de escravo surge como personagem de importância fundamental para a memória do povoado. Nos versos prevalece a própria vida de Pedro Braga. Além de poemas líricos, em que se apresenta um eu-poético que representa a própria voz do contador, ele escreveu um poema autobiográfico que narra sua vida desde o nascimento até a idade adulta. Pedro Braga coloca-se, assim, como um híbrido, mistura de poeta e homem-memória, escritor de verso e prosa, e guardião da história vivida por ele e por sua comunidade.