A discórdia entre os sexos : um estudo lacaniano sobre os estilos do amor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marcela Moura Normand
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/60234
Resumo: Neste estudo, partiremos da afirmação de Lacan (1958/1998, p. 742), no texto Diretrizes para um Congresso sobre a sexualidade feminina, de que “se a posição do sexo difere quanto ao objeto, é por toda a distância que separa a forma fetichista da forma erotomaníaca do amor”. Assim, tendo como bússola a existência da discórdia entre os sexos, examinaremos, por meio de revisão bibliográfica, se a fórmula dos distintos estilos de amor – enunciada em 1958 – se sustenta com o avançar do ensino lacaniano e, caso sim, quais são as consequências que podemos daí extrair. Após o percurso de investigação realizado no primeiro capítulo, concluímos que a passagem toda a distância que separa, ao ser relida à luz dos Seminários 18, 19 e 20, refere-se, em última instância, à discórdia entre o gozo e o Outro, isto é, à impossível relação entre esses dois termos. Já no segundo capítulo, nos deteremos sobre as formulações a forma fetichista e a forma erotomaníaca do amor, pesquisando no que elas diferem quanto ao objeto. Como resultado, veremos que, ao propor que o amor faz suplência à inexistência da relação sexual, Lacan efetua uma revalorização do amor. Ou seja, com o Seminário 20 (1972-73/2008), há a delimitação de um campo de conjunção entre o amor e o gozo feminino, fato que permite a Lacan (1973/2003, p. 315) a elaboração de um “amor mais digno”, aberto às contingências do encontro. Notaremos, assim, que a dignificação do amor é correlata a um novo saber fazer com isso que se repete, a partir da inclusão da discordância, enquanto um dos nomes do não-todo. Temos, então, para a posição masculina da sexuação um amor não-todo fetichista, em que há um menor apego à fantasia; e para a posição feminina, um amor não-todo erotomaníaco, em que uma mulher se posiciona de maneira não-toda nas duas vertentes de seu gozo. Logo, um amor mais digno é aquele que não só não desconhece a discórdia entre os sexos, mas, principalmente, que do não-todo se nutre. Eis, portanto, a nossa ética do bem-dizer sobre o não-todo.