Os monstros e a questão racial na literatura pós-colonial brasileira
Ano de defesa: | 1997 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9HZR6F |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é investigar a noção de' monstruosidade como construção narrativa na literatura fantástica inglesa do século XIX, na literatura mágico realista brasileira do modernismo e no cinema latino-americano contemporâneo. Tomase como ponto de partida o conceito de monstro na Antigüidade e a evolução deste conceito até o Romantismo. Analisa-se a literatura gótica como tecnologia narrativamonstruosa, focalizando-se a "criatura" de Frankenstein e o vampiro como construtos para a representação da alteridade, entre outras. Estabelecem-se o tropo do suplemento e a economia parasitária da linguagem da pós-critica, além do parasitismo como fundamento das relações sociais, para um exame da contaminação como estratégia dodiscurso literário e crítico pós-colonial. A narrativa gótica vampiresca, ao tratar diferentemente a questão da alteridade, desestabiliza a noção de sentido textual imívoco, bem como a noção de identidade "pura". Precursora da narrativa mágico realista, no contexto pós-colonial brasileiro, essa narrativa se transformará na narrativa trickster, de Mário de Andrade, produtora do "nem tão" monstruoso trickster Macunaíma que, como o vampiro em outras culturas, representa posições specíficas da cultura brasileira, incluindo a questão do negro. A narrativa trickster diferencia-se da narrativa antropofágica de Oswald de Andrade, a qual constitui um dos fundamentos teóricos para a teoria de tradução da vanguarda concretista, bem como para o cinema brasileiro ligado ao movimento tropicalista e a crítica literária pós-modema. Conclui-seque o antropófago e o trickster são construtos contradiscursivos pós-coloniais diferenciados, o segundo aproveitando a ambivalência e o hibridismo do discurso eurocêntrico para insinuar-se na representação das questões específicas da cultura brasileira. |