“Entre querer e poder”: o lugar da escola nos projetos de vida de jovens do campo em um contexto de modernização agrícola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Edna Souza Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/38151
Resumo: Esta tese buscou compreender o lugar da escola nos projetos de vida de jovens estudantes do Ensino Médio de uma escola localizada em um projeto governamental de modernização agrícola. Para tanto, desenvolveu-se uma investigação empírica que partiu do Colégio Estadual Projeto Formoso como contexto do estudo e centrou-se nos jovens estudantes do Ensino Médio que frequentavam a escola no turno vespertino como participantes da pesquisa. No que se refere ao percurso metodológico, a investigação primou pela abordagem qualitativa e como recursos de coleta de dados foram utilizados questionários, observação e entrevistas semiestruturadas. Os/as participantes da pesquisa tinham entre 14 a 24 anos e frequentavam a escola no turno vespertino. Foram selecionados/as 13 jovens, sendo seis homens e sete mulheres, contemplando diferentes perfis a partir de suas relações com a escola, suas trajetórias de escolarização e trabalho, estado civil e condição socioeconômica. Essa condição influenciou diretamente a construção dos sentidos da escola por esses jovens. Diante dessa constatação é que se deu a opção pelo aporte teórico pautado na individuação a partir da noção de provas (MARTUCCELLI, 2007; ARAÚJO E MARTUCCELLI, 2015, 2010; MARTUCCELLI e SILNGY, 2012), associado à leitura sobre sentidos da escola (ABRANTES 2003), dialogando com a concepção de juventude e da relação dos jovens com a escolarização, particularmente a nível de Ensino Médio (SPÓSITO, 1997; DAYREL, 2003, 2007; LEÃO, 2006, 2008; PERALVA, 1997), como também a concepção de juventude do campo e os modos de ser jovem nesse espaço (CARNEIRO, 1998; CASTRO, 2005, 2009, 2016a, b e c) na perspectiva dos projetos de vida (VELHO, 2003). A pesquisa identificou a escola e o trabalho como provas estruturais na realidade dos jovens do Colégio Estadual Projeto Formoso, associadas à condição de jovens pobres que vivem em um “contexto geográfico de fronteira”, ou seja, um espaço “rurbano” (CARNEIRO, 1998). Esses/as jovens, embora reconhecessem nos seus discursos os desafios para viverem a condição de jovens estudantes, depositavam na escola a esperança de reunirem os meios necessários para promoverem mudanças em suas vidas, tanto de ordem social, quanto econômica. Apesar da ênfase colocada sobre a escola como suporte na realização dos seus projetos de vida, a maioria se colocava na condição de não poder desprezar nenhuma oportunidade que surgisse. Assim, o trabalho como suporte que permitia um retorno imediato em termos de acesso à renda, na prática, terminava sendo central para esses jovens.