Competências do feminino? Normas, saberes e valores no ofício de costureiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mislene Aparecida Gonçalves Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/44685
https://orcid.org/ 0000-0002-7852-9647
Resumo: Muitas foram as conquistas feministas nos últimos anos – que se deram em diferentes setores, incluindo no mundo do trabalho – mas ainda hoje a mulher busca uma reorganização dos papéis até agora destinado a elas na sociedade. Dentro dessa realidade, a pesquisa propõe responder à questão: em que medida os saberes constituídos pelas mulheres no âmbito do trabalho reprodutivo, são mobilizados nas relações de trabalho produtivo apontando aspectos da dinâmica entre estes, por meio da análise das competências evidenciadas em situações de trabalho. A orientação teórica que fundamentou as reflexões e análises aqui apresentadas tem dois eixos principais, a abordagem ergológica do trabalho e a perspectiva de relações sociais de sexo. Posicionar-se em uma pesquisa por meio da abordagem ergológica significou compreender o trabalho como um misto de conhecimentos técnicos com a ação humana, numa relação repleta de singularidades diante das demandas do mundo trabalho. Já a sociologia materialista e feminista, assentada na divisão sexual do trabalho e nas relações sociais de sexo, trouxeram abundante contribuições para análises do trabalho em sua dimensão coletiva e individual, sendo que a passagem do individual para o coletivo tem sentidos e significados segundo o sexo/gênero. A metodologia utilizada teve como aporte o método materialista histórico, em termos de técnicas e ferramentas inicialmente realizou-se procedimentos e técnicas referente a pesquisa exploratória, incluindo revisão da literatura e estudo preliminar. O estudo preliminar foi realizado em um curso de corte/costura e mediante observação e entrevista de uma costureira em ofício. Com base nessa aproximação preliminar do objeto de estudo definiu-se categorizações de análise, realizou-se um estudo de caso com duas costureiras com o objetivo de acompanhar e observar o trabalho de perto, para conhecer como cada indivíduo, único que carrega consigo suas histórias, realiza a atividade. Foram, escolhidas mulheres que exerciam o ofício de costureira em casa, os dados foram coletados por meio de observação e entrevista semiestruturada. Os achados da pesquisa apontaram que o ofício de costureira se inscreve categorização dispostas na divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo, atingindo outras camadas de análise sintetizada no conceito de consubstancialidade que trata da indissociabilidade entre gênero e classe e raça. Quanto ao agir em competência constatou-se que a costureira se posiciona diante das infidelidades do meio e discrepâncias de normas existentes, ela faz uso de si por meio dos debates de normas com seus saberes e valores, ou seja, a partir do momento que a sua história se infiltra na situação de trabalho a atividade emerge.