Os doze sons e a cor nacional: conciliações estéticas e culturais na produção musical deCésar Guerra-Peixe (1944 - 1954)
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/VCSA-6X5FEP |
Resumo: | Durante a década de 40 e primeira metade dos anos 50 do século XX, o ambiente musical erudito brasileiro empreendeu um dos mais significativos debates acerca da criação musical. Este debate, moldado e alimentado por diversas conjunturas históricas daquele período, teve como estímulo inicial a chegada do dodecafonismo no Rio de Janeiro, adotado quase que de imediato por jovens compositores, membros do Grupo Música Viva (1939- 1952). César Guerra-Peixe, em 1944, ao optar pelo dodecafonismo assumiu, assim como seus colegas do Música Viva, uma posição de compositor esteticamente anti-nacional, afastando-se de uma tradição fundada na segunda metade do século XIX e prolongada até a primeira metade do século XX. A opção pelo dodecafonismo implicava propor novos valores estéticomusicais para o público brasileiro, este habituado à afinação nacionalista, às consonâncias da música tradicional européia e aos ritmos da música popular. Porém, adotar a técnica dos doze sons de forma ortodoxa significava, para o compositor, distanciar-se do diálogo com sua cultura. Era preciso flexibilizá-la, imprimindolhe uma cor nacional. A interpretação da música dodecafônica de Guerra-Peixe, presente neste trabalho, parte do pressuposto de que a música é uma prática constituída no diálogo entre o compositor e seu tempo. Ela não é apenas um espelho sobre o qual a sociedade pode ser refletida, mas, antes, é parte dessa sociedade. Nesta perspectiva, a música dodecafônica de Guerra-Peixe constitui-se através de um diálogo polifônico em processo contínuo de auto-alteração, entre odesejo individual do artista e a multiplicidade criadora própria de sua cultura. |