Ficções de vida na obra de Carlos Liscano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Juan Pablo Chiappara Cabrera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7YMMPV
Resumo: Esta tese propõe uma leitura crítica da obra literária do uruguaio Carlos Liscano, a qual se destaca pelo seu caráter inovador no contexto das letras contemporâneas do seu país. Analisamos como o autor re-elabora, de uma maneira própria e eminentemente ficcional, a memória pessoal e a coletiva vinculadas ao passado recente o cárcere e a ditadura militar e ao momento de formação de algumas representações sedimentadas da cultura uruguaia. Investigamos de que modo Liscano problematiza as questões de como, por quê, para que e o quê da enunciação literária e como elas se integram à trama de seus livros. Apresentamos alguns conceitos que desempenham caráter heurístico na análise do corpus, dando destaque especial à paratopia e a dois corolários seus: a bio/grafia e a embreagem paratópica. Ponto de partida da nossa pesquisa, esta tríade conceitual, proposta por Dominique Maingueneau, pretende mostrar a fratura entre o lugar de enunciação do escritor e os enunciados proferidos, isto é, evidenciar a passagem de um espaço de vida para um outro de ficção, ambos metamorfoseados no ato de realização da obra. Estabelecemos um diálogo entre paratopia e heterotopia, de Michel Foucault, e entre paratopia e exotopia, de Mikhail Bakhtin. Tencionamos pensar o caráter heterogêneo da linguagem e da situação do sujeito no discurso, propor uma arqueologia possível da paratopia e criar um contexto teórico para embasar a leitura do corpus escolhido, composto pelas obras La mansión del tirano, El camino a Ítaca, Memorias de la guerra reciente, El furgón de los locos e La ciudad de todos los vientos. Um desdobramento teórico se torna fundamental para a abordagem destas obras: o problema da representação. Situando-nos paratopicamente, indagamos a capacidade do discurso literário de ser um lugar específico do dizer e do estar no mundo, de fazer o mundo, e não necessariamente de imitá-lo ou transcendê-lo.