Afinidades interrompidas : Walter Benjamin e as novas perspectivas para a historiografia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Renato da Silva Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Programa de Pós-Graduação em História
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/52902
Resumo: Nesse trabalho de tese objetivamos mostrar como se processou a ideia de interrupção na obra de Walter Benjamin. Na primeira parte, intitulada “Tempos Interrompidos”, indicamos como a concepção de descontinuidade na história foi bem fundamentada por Michel Foucault; porém, o desenvolvimento crítico do conceito de interrupção temporal, tendo por alvo a noção de progresso, foi estabelecido por Benjamin. A Escola dos Annales e a micro-história compartilham com procedimentos próximos de Benjamin, a primeira dinamizando a questão do tempo e a segunda, trazendo para o debate epistemológico o “normal excepcional” na história. Horkheimer e Adorno compartilharam também da crítica ao progresso, pois é inerente a esse conceito o relato etapista e condescendente com a história tradicional. A interrupção se processa nas imagens dialéticas tanto do passado quanto do presente. O passado ilumina o presente assim como o presente mostra cifras não lidas do acontecido. A interrupção opera pelo método do desvio e da citação, negando as categorias da indução e da dedução, pois, estas estabelecem similitudes onde havia diferenças. A metodologia usada pelos historicistas, pelos positivistas e pelos teóricos da socialdemocracia alemã, tinha como fio condutor o continuísmo da história assentado na ideia de progresso. Benjamin enfrenta esse discurso e essa forma de escrita histórica interpondo a dialética na interrupção, mostrando outras possibilidades de escrita que emanam dos povos subalternos e esquecidos por esse tipo de historiografia. Procuramos mostrar a presença da interrupção dialética tanto no ensaio As Afinidades Eletivas de Goethe, quanto nos escritos sobre o cinema e o teatro de Brecht. Na segunda parte, intitulada “Passagens Interrompidas”, procuramos apontar a importância do livro Passagens para a compreensão da história do século XIX. O poeta Baudelaire foi escolhido por Benjamin por representar as agruras e os encantamentos da modernidade que se iniciava. Formando um arco dialético, Benjamin usa O Capital de Marx junto a obra do poeta para explorar a ideia de venalidade atrelada ao fetiche da mercadoria. O autor utiliza da teoria da interrupção para expor a história latente do século XIX. Concluímos com o conceito de dialética na interrupção aplicado na análise do conto Omelete de Amoras, de Benjamin.