Associação entre rigidez arterial e função renal em adultos do ELSA-Brasil
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/31406 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública mundial devido ao crescimento de sua incidência nas últimas duas décadas e seu impacto na morbimortalidade da população acometida. A rigidez arterial, um importante marcador subclínico de risco cardiovascular e hipertensão arterial (HAS), está aumentada em pacientes com DRC e é um forte preditor de mortalidade nestes indivíduos. Entretanto, a relação fisiopatológica entre rigidez arterial e disfunção renal não está inteiramente estabelecida especialmente entre indivíduos saudáveis sem diagnóstico de HAS e diabetes (DM). OBJETIVOS: Investigar a associação entre a velocidade de onda de pulso (VOP) e a função renal em adultos livres de doenças cardiovasculares na coorte do ELSA-Brasil (2008-2010) e verificar se esta associação se mantém significante entre participantes livres de HAS e DM. MÉTODOS: Foram elegíveis para análise todos os servidores com idade entre 35 a 74 anos que participaram da linha de base do ELSA-Brasil, realizada entre 2008 e 2010 livres doença cardiovascular estabelecida. O ELSA é um estudo prospectivo multicêntrico desenvolvido em instituições de ensino superior e pesquisa em seis estados brasileiros. As variáveis resposta foram taxa de filtração glomerular (TFG), razão albumina/creatinina (RAC) e DRC. A variável explicativa foi a rigidez arterial, mensurada pela VOP. As variáveis para ajuste foram sexo, idade, cor da pele, renda per capita, tabagismo, razão colesterol total/hdl, hemoglobina glicada, índice da massa corporal, DM, pressão arterial sistólica, frequência cardíaca e uso de medicamento anti-hipertensivo. A associação do VOP com a função renal foi investigada na população total e em subgrupo livre de HAS e DM. Odds ratios (OR) e intervalo de 95% de confiança foram obtidos por regressão logística para avaliar a associação entre VOP e os três desfechos de interesse: TFG baixa (<60 ml/min/1,73m²; sim/não), RAC alta (>30mg/g; sim/não) e presença de DRC (sim/não). RESULTADOS: O aumento de 1m/s da VOP foi associado ao aumento de 10% na chance de apresentar baixa TFG, 10% na chance de ter RAC alta e 12% na chance de apresentar DRC, mesmo após considerar o ajuste por fatores sociodemográficos, comportamentais e clínicos. No subgrupo de participantes sem HAS e DM, a magnitude da associação entre VOP e baixa TFG, RAC aumentada e DRC foi discretamente maior: o incremento de 1 m/s na média da VOP, aumentou as chances de apresentar TFG baixa, RAC alta e DRC em 19%, 20% e 21%, respectivamente. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que o aumento da rigidez arterial está associado à baixa TFG, RAC e DRC e mostrou que esta associação persiste em indivíduos livres de doença cardiovascular, DM e HAS. Essa associação permaneceu mesmo após ajustes por um amplo conjunto de fatores de risco clínicos e comportamentais, sugerindo haver uma relação entre a rigidez arterial e a disfunção renal que não é mediada pela presença de HAS e DM. Isso reforça a importância de conhecer o papel da rigidez arterial como fator de risco subclínico precoce para DRC e pode contribuir para melhorar a prevenção da doença. |