Programa de exercícios por telerreabilitação para a manutenção do condicionamento de idoos em fila de espera para fisioterapia após alta hospitalar: um ensaio clínico pragmático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pollyana Ruggio Tristão Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/58700
Resumo: A demora para iniciar fisioterapia após alta hospitalar agrava o descondicionamento dos idosos devido à inatividade física. Intervir precocemente pode minimizar a progressão desse processo. A telerreabilitação é uma estratégia que aumenta o acesso à reabilitação, melhora os desfechos clínicos e reduz custos. O objetivo geral desta tese foi determinar a efetividade de uma intervenção multicomponentes ofertada por telerreabilitação para idosos egressos hospitalares que aguardam vaga para tratamento de fisioterapia. O Artigo 1 apresenta o protocolo de ensaio clínico pragmático randomizado controlado que objetiva determinar a efetividade e custo-efetividade de uma intervenção multicomponente ofertada por telerreabilitação para idosos egressos hospitalares que aguardavam na fila de espera por tratamento fisioterápico independentemente da condição de saúde. Nesse artigo são detalhados os procedimentos do ensaio clínico bem como o protocolo de exercícios à distância. O número inicial de participantes (grupos telerreabilitação (GT) e controle (GC)) previsto foi 230 idosos egressos hospitalares recrutados da lista de espera para fisioterapia no sistema público de saúde de Belo Horizonte. O GT recebeu um aplicativo de celular com o programa personalizado de exercícios domiciliares resistidos, equilíbrio e treino de uma atividade da rotina diária. O monitoramento desse grupo foi semanal por telefone e mensal em encontro presencial. O GC seguiu o fluxo usual da fila de espera e recebeu um monitoramento semanal por telefone. O tempo de permanência no estudo dos participantes de ambos grupos variou segundo o tempo de espera por fisioterapia. O desfecho primário escolhido foi função física (Timed Up and Go e teste de sentar e levantar da cadeira por 30 segundos). Os desfechos secundários foram: funcionalidade (escala de capacidade funcional do Scale do Medical Outcomes Short-Form Health Survey), dor (escala visual analógica), qualidade de vida relacionada à saúde (EQ-5D-3L) e autocuidado (Medida Canadense de Desempenho Ocupacional). As mensurações seriam em três momentos: baseline, início e alta da fisioterapia ambulatorial. O Artigo 2 teve como objetivo avaliar a viabilidade do programa de exercícios apresentado no primeiro artigo para 34 participantes. Os desfechos primários foram taxas de recrutamento e abandono, segurança da intervenção à distância, aderência ao programa de exercícios e satisfação com a participação. Já o desfecho secundário foram os desfechos clínicos do Artigo 1. Foram recrutados 5,6 idosos/mês, o abandono foi de 12%, não houveram eventos adversos graves relacionados à intervenção, a aderência semanal ao programa foi de 2,85 (1,43) dias, a satisfação foi 9,71 (0,21) em uma escala de 0-10. Após a demonstração da viabilidade do programa de exercícios à distância, foi conduzido o estudo 3 que teve como objetivo verificar a efetividade do programa de telerreabilitação, seguindo o protocolo estabelecido no Artigo 1. A amostra foi composta por 90 idosos, sendo 45 em cada um dos grupos. Os modelos de regressões construídos apontaram que não houve diferença significativa entre grupos tanto nos desfechos primários quanto secundários. O fator que mais contribui para mudança nas medidas foram os escores dos desfechos no baseline. As análises de subgrupos demonstraram que não houve nenhuma interação estatisticamente significativa entre a intervenção e as medidas dos desfechos no baseline, diagnóstico médico e cointervenções e os desfechos no Timed Up and Go, teste de sentar e levantar da cadeira por 30 segundos, dor e na escala de capacidade funcional. Como conclusão, o programa de exercícios é viável, porém não foi mais efetivo do que permanecer na fila de espera para manter o condicionamento dos idosos egressos hospitalares.