Estratigrafia e Tectônica do Grupo Bambuí no Norte do Estado de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Mario Iglesias Martinez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-76LHRV
Resumo: Esta pesquisa apresenta o resultado do mapeamento geológico de uma área de 39.000 km2 no norte do Estado de Minas Gerais, e visa a obtenção de dados estratigráficos e tectônicos a fim fornecer subsídios para a melhor compreensão das anomalias de fluoreto que ocorrem nas águas subterrâneas da região.Através do mapeamento geológico (escala 1:500.000) foram identificadas áreas onde afloram gnaisses arqueanos, pertencentes ao embasamento cristalino, rochas carbonáticas e terrígenas que compõem o Grupo Bambuí, de idade neoproterozóica, arenitos do Grupo Urucuia (Cretáceo) e coberturas recentes. Um estudo estratigráfico detalhado da Fm. Lagoa do Jacaré, na região de Lontra-MG, com ênfase na petrografia e petrologia dos carbonatos, é também apresentado.O Grupo Bambuí recobre grandes áreas do Cráton do São Francisco e na área em questão estão representadas as cinco formações clássicas do Grupo Bambuí, compreendendo da base para o topo as formações Sete Lagoas (carbonática), Serra de Santa Helena (pelito-carbonática), Lagoa do Jacaré (carbonática), Serra da Saudade (pelítica) e Três Marias (psamítica). A distribuição das formações do Grupo Bambuí, na área é resultado da paleogeografia do embasamento e de processos tectônicos. Foram identificadas áreas de embasamento irregular, com altos estruturais (Alto de Januária) e depocentros na porção sul e leste da área, onde a espessura do Grupo Bambuí é substancialmente maior. A Formação Sete Lagoas aflora, exclusivamente, na margem esquerda do rio São Francisco, coincidindo com os altos do embasamento. As unidades médias do Grupo Bambuí (Fms. Serra de Santa Helena e Lagoa do Jacaré) apresentam uma ampla distribuição em toda a região. Já as formações Serra da Saudade e Três Marias afloram apenas nos extremos leste e sul da área (nos depocentros da bacia). Recobrindo discordantemente unidades mais antigas, tem-se os arenitos do Grupo Urucuia.No que diz respeito a tectônica, concluiu-se que o embasamento, durante o Neoproterozóico, foi afetado por estruturas tectônicas extensionais, gerando estruturas do tipo Horst-anticlinal, determinadas por falhas de direções N40°-50°W e E-W. Os horst-anticlinais de Montalvânia, Itacarambi e a falha de Januária, são exemplos deste estágio tectônico. Grande parte da área mapeada apresenta camadas subhorizontais, ou com baixo mergulho para NE ou SE. Dobramentos abertos, com eixos NNE-SSE, foram identificados na porção SE da região, caracterizando a influência brasiliana da Faixa Araçuaí. Na região da Serra do Jaíba foi observada uma foliação incipiente nos siltitos da Formação Serra da Saudade e dobramentos, sendo o mais expressivo a estrutura sinclinal da Serra do Jaíba, que permitiu a preservação das formações superiores do Grupo Bambuí (formações Serra da Saudade e Três Marias), arrasadas pela erosão nas regiões vizinhas. Posteriormente, coincidindo com a abertura do Atlântico Sul, no Cretáceo-Terciário, ocorreu um evento de reativação tectônica que resultou na sedimentação do Grupo Urucuia, além de fraturamento generalizado, segundo as direções NE e NW que vem condicionando grande parte do sistema de drenagem até a atualidade