Relação estratigráfica e estrutural entre os Grupos Costa Sena e Guinda na Região de Diamantina, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Leonardo Lopes da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-7J7LQA
Resumo: O setor mediano-central da Serra do Espinhaço na região de Diamantina, Minas Gerais, apresenta um arranjo estratigráfico aceito de forma quase unânime pelos pesquisadores, pelo menos em termos das suas unidades menores (formações e membros). As disparidades concernem geralmente ao agrupamento destas unidades em conjuntos maiores (grupos e supergrupos), e às idades a elas atribuídas, algumas vezes variando de acordo com a interpretação dada aos resultados geocronológicos. As formações Barão do Guaicuí (xistos) e Bandeirinha (quartzitos e metarruditos) foram inicialmente definidas como constituintes do Grupo Costa Sena, um dos principais focos de controvérsias com relação à estratigrafia da serra. A interpretação clássica considera a unidade como topo do Supergrupo Rio Paraúna, tendo na base o Grupo Pedro Pereira (2.971Ma), remanescente de um greenstone belt. Uma interpretação alternativa é propiciada pelos dados geocronológicos da Formação Barão do Guaicuí, cujas datações via U-Pb em zircões de metarriolito xistificado obtiveram valores de 2.049Ma, o que dissocia os grupos Pedro Pereira e Costa Sena. O Grupo Guinda, formado por quartzitos, metarruditos e filitos, é subdividido nas formações São João da Chapada e Sopa-Brumadinho. Compõe a base do Supergrupo Espinhaço, cuja sedimentação se deu há 1.750Ma (U-Pb em zircões de metarriolito na base do supergrupo). Considerações distintas a respeito da natureza da Formação Bandeirinha surgiram a partir da década de 1990, retirando-a do Grupo Costa Sena e posicionando-a como base do Grupo Guinda. As relações de campo indicam contato gradacional entre as formações Barão do Guaicuí e Bandeirinha, e evidente discordância angular e erosiva entre esta última e o Grupo Guinda. As diferenças de estilos estruturais sugerem que as formações foram deformadas anteriormente ao Grupo Guinda. A assertiva é corroborada pela análise da deformação em clastos do Nivel A da Formação São João da Chapada (metarrudito basal formado pelo retrabalhamento da Formação Bandeirinha). Os resultados do método Rf/cp mostram a existência de elipses principais de deformação com vergências dispersas, por vezes para leste, não havendo correspondência com a deformação típica do Supergrupo Espinhaço (vergente para os quadrantes oeste). As razões Rf são sempre superiores a 1,5 o que as exclui do campo de compactação diagenética. Os resultados sugerem que a rocha-fonte do metarrudito já se encontrava deformada quando do seu retrabalhamento na Bacia Espinhaço. O fato, aliado às datações existentes e relações de contato observadas em diferentes seções geológicas, aponta a Formação Bandeirinha como topo do Grupo Costa Sena, conforme originalmente definido. O grupo enquadra-se, por sua vez, em um cenário particular, sem vínculos estratigráficos diretos com os grupos Pedro Pereira e Guinda.