O discurso psicanalítico na práxis do acompanhamento terapêutico do sujeito psicótico toxicômano : o fazer do analista e as parcerias possíveis
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Psicologia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/68123 |
Resumo: | Dentre as diversas maneiras de tratar o toxicômano e o sujeito psicótico, o Acompanhamento Terapêutico, sob a ótica da psicanálise, tem sido uma estratégia potente elencada por teóricos e exercida por profissionais da área da saúde. Entendemos que o tratamento do dito toxicômano e do psicótico deve acontecer em liberdade, por isso, destacamos o compromisso e responsabilidade dos profissionais envolvidos em desenvolver estratégias que garantam tal direito. O Acompanhamento Terapêutico, cada vez mais frequente nos contextos institucionais territoriais e familiares, tem sido objeto de investigação e vem se consolidando como mais um dispositivo da saúde mental. Todavia, sugerem-se alguns cuidados em sua indicação, como o de lidar com as expectativas de alcance de tal atendimento e a participação dos interessados no caso para pactuações e articulações necessárias em uma prática de vários. Ocorre, por vezes, a contratação de tal serviço sob um ideal de recuperação ou expectativa de que a figura do acompanhante terapêutico dê garantias da manutenção de abstinência às drogas pelo sujeito. Diante disso, esta pesquisa focaliza o dispositivo de tratamento denominado Acompanhamento Terapêutico sob o viés da psicanálise e visa discutir os efeitos e transformações que ocorreram no decorrer da práxis, dando ênfase ao fazer do analista e aos manejos possíveis de cada caso. Para isso, realizamos, em um primeiro momento, a pesquisa bibliográfica, que traz o panorama histórico da loucura até a constituição da prática do acompanhamento terapêutico. Posteriormente, delineamos o campo da psicanálise e do entendimento da loucura e da toxicomania. O recorte empreendido tanto no capítulo I quanto no capítulo II apresenta as lacunas discursivas que estão em jogo ao se pensar a loucura e o louco e como essas concepções ainda repercutem nas proposições de tratamento nos dias de hoje. Essas análises se fizeram à luz de autores como Foucault (1961/1978; 1973/2006); Amarante (1995); Herman (2010); Freud (1914-1915/1996; 1919-1920/1996) e Lacan (1969-70/2007; 1972-1973/1985). O capítulo III está dedicado à explanação do Laço Social, ponto nodal de intervenção na toxicomania. A hipótese de trabalho é de que o gozo não é perfeito, para tanto, o ínfimo espaço que marca uma desarmonia entre o objeto droga e o sujeito pode surgir o acompanhante terapêutico, encarnado na posição de analista, para se fazer presente diante da aparição de um sujeito. Complementando o percurso metodológico, a pesquisa dispõe de vinhetas e traços de casos clínicos que delineiam o funcionamento da prática em Acompanhamento Terapêutico. Esperamos que, assim, tenhamos conseguido alinhavar teoria, prática e cultura e disparar alguns questionamentos e reflexões para a continuidade de estudos. |