Incidência, hospitalizações e óbitos por Dengue nas macrorregiões de saúde de Minas Gerais: 2008 a 2014
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/69359 |
Resumo: | A dengue é a arbovirose de maior magnitude nos países tropicais nas últimas décadas. A caracterização de suas epidemias ultrapassa a avaliação da incidência e notificação de casos, e deve-se debruçar sobre a ocorrência de internações e óbitos, delineando o perfil de morbimortalidade por unidade territorial. Este trabalho tem por objetivo descrever a ocorrência de casos, internações e óbitos por dengue por ano e macrorregião de saúde de residência dos pacientes, em Minas Gerais, entre 2008 e 2014. Trata-se de um estudo de métodos mistos, composto por um estudo de coorte retrospectiva não concorrente utilizando dados secundários de pacientes que foram internados e/ou foram a óbito por dengue, e um estudo ecológico e de séries temporais com dados secundários de casos, internações e óbitos por dengue estratificado pelas macrorregiões de saúde de Minas Gerais. Para o estudo de coorte e as séries temporais de internações e óbitos a fonte de dados foi a Base Nacional de Saúde Centrada no Indivíduo. Para as séries temporais de casos de dengue a fonte de dados foi o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Para caracterização epidemiológica foram escolhidas variáveis sociodemográficas e de internação. Uma análise bivariada foi realizada de forma a identificar quais das variáveis estavam associadas ao desfecho óbito por dengue e construção do modelo de regressão logística com as razões de chance ajustadas. Séries históricas foram elaboradas para a incidência, hospitalização e óbito, avaliando a distribuição por clusters, segundo similaridade das séries, a sazonalidade e a correlação entre essas ocorrências por macrorregião. Foram selecionados 857.061 casos prováveis no SINAN, e 24.994 internações e 160 óbitos encontrados na Base Nacional de Saúde para dengue no período. Os anos de 2010 e 2013 concentraram as epidemias, internações e óbitos, com maior proporção de registros de morbimortalidade nas regiões Centro e Leste em números absolutos. Houve diferença entre o comportamento de internações e óbitos para faixa etária e sexo. Outras variáveis associadas à chance de óbito entre internados foram o tempo de permanência na internação, em dias e se houve internação em UTI. Na análise foram encontrados 133 óbitos por outras causas, mas com hospitalização por dengue nos sete dias anteriores aos óbitos. Foi possível descrever correlações entre incidência e internação para todas as macrorregiões, mas detectou-se que a série para óbitos não se comporta com a mesma sazonalidade nos 84 meses avaliados. A organização em clusters identificou comportamentos para incidência e internação similares para algumas macrorregiões, seja de acordo com a posição geográfica (Triangulo do Sul, do Norte, Oeste e Noroeste) ou pela magnitude dos registros (Sul, Centro Sul, Norte e Centro). Os testes de sazonalidade encontraram ciclos de 12,0 meses para a doença em termos de incidência e internação, confirmando a ocorrência anual da doença, porém os baixos registros de óbitos não permitiram avaliar sazonalidades e distribuição em clusters para o território. Os achados demandam preparar os serviços, durante epidemias, com foco na população em maior risco. Territorializar a caracterização das epidemias de dengue no estado, para organizar os serviços na medida das realidades locais. Além de melhorar os registros nos sistemas de informação e verificar a concordância entre eles, principalmente em relação à vigilância e investigação do óbito no Estado. |