Avaliação da microalternância da onda T na predição de terapia apropriada em pacientes chagásicos com cardiodesfibrilador implantável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marco Paulo Tomaz Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9XCHWD
Resumo: Introdução: A doença de Chagas (dCh) pode levar a doenças cardíacas fatais, incluindo arritmias ventriculares malignas e morte súbita cardíaca (MSC) e é responsável pela morte de mais de 50% dos pacientes com cardiopatia chagásica. O uso do cardiodesfibrilador implantável (CDI) tornou-se a principal estratégia terapêutica para a prevenção secundária de MSC na dCh. A microalternância de onda T (MTWA) é uma medida direta da instabilidade repolarização ventricular e surgiu como uma forma potencialmente útil de determinar a vulnerabilidade arrítmica. No entanto, esta metodologia não foi avaliada em pacientes com dCH. Objetivo: avaliar o valor preditivo da MTWA para a terapia apropriada ou morte em pacientes chagásicos com CDI. Métodos: estudo prospectivo de pacientes submetidos ao implante de CDI de maneira consecutiva em um centro de referência terciário brasileiro. Os testes de MTWA foram realizados antes do implante do CDI e os resultados classificados como negativo ou não negativo (positivo ou indeterminado). Resultados: Setenta e dois pacientes foram acompanhados por um tempo mediano de 422 (variando de 294-642) dias. Trinta e três pacientes eram portadores de dCH. O teste de MTWA foi não negativo em pacientes 27 (81,8%) com dCH. O desfecho combinado (terapia apropriada ou morte) ocorreu em 29 pacientes (40,3%). Houve diferença estatisticamente significativa na sobrevida livre de eventos entre pacientes com dCh e teste de MTWA negativo versus pacientes com dCh e teste de MTWA não negativo (p = 0,02). A única variável associada com os desfechos foi o teste MTWA não negativo. O teste da MTWA não negativo associou-se com um risco quase três vezes maior de terapia apropriada ou morte (HR = 2,7; IC 95%: 1,7-4,4; p = 0,01) A sensibilidade e valor preditivo negativo para a predição de eventos foi de 100% na dCh. Conclusões: A MTWA pode ser útil para refinar a indicação do CDI na prevenção secundária, e melhorar a alocação de recursos. Além disso, sua utilidade em algoritmos de prevenção primária é digna de avaliação.