Fatores associados à tentativa de suicídio entre usuários de antipsicóticos atípicos atendidos em uma farmácia do componente especializado da assistência farmacêutica em Minas Gerais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Luara Lopes Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
FARMACIA - FACULDADE DE FARMACIA
Programa de Pós-Graduação em Medicamentos e Assistencia Farmaceutica
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/39257
Resumo: A saúde mental de um indivíduo é essencial para a sua vida plena. Transtornos mentais podem comprometer negativamente suas capacidades e escolhas. Os transtornos mentais são doenças, geralmente crônicas, com alta prevalência em todo o mundo, contribuindo para a morbidade, incapacidade e mortalidade precoces. Dentre os transtornos mentais, os transtornos psicóticos se caracterizam por delírios, alucinações, pensamento desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal e sintomas negativos. Para o tratamento inicial da esquizofrenia e de outros transtornos psicóticos todos os antipsicóticos podem ser utilizados sem ordem de preferência. Os antipsicóticos considerados atípicos têm a capacidade de promover a ação antipsicótica em doses que não produzam, de modo significativo, sintomas extrapiramidais. Transtornos mentais, distúrbios neurológicos e tentativas de suicídio anteriores são considerados os principais fatores de risco para o suicídio. A tentativa de suicídio é considerada um fenômeno complexo e multicausal, possui como determinantes os fatores sociais, econômicos, culturais, biológicos e a história de vida pessoal. Os fatores pensados para proteger contra o suicídio incluem estratégias positivas de enfrentamento, habilidades eficazes de resolução de problemas e satisfação geral com a vida. O objetivo deste trabalho é avaliar a prevalência da tentativa de suicídio entre usuários de antipsicóticos atípicos fornecidos pelo SUS em Belo Horizonte, Minas Gerais e identificar seus fatores associados à sua ocorrência. Trata-se de um estudo transversal realizado a partir de uma entrevista face a face, com pacientes acima de 18 anos que estavam em uso de antipsicóticos atípicos (clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina ou ziprasidona). Dados sociodemográficos, comportamentais e clínicos foram coletados, além da variável dependente tentativa de suicídio. As associações entre as variáveis independentes e a variável dependente foram analisadas ajustando um modelo de regressão logística. Entre os 439 indivíduos incluídos na análise, a prevalência da tentativa de suicídio foi de 33,94%. Detectou-se associação estatisticamente significativa entre tentativa de suicídio e cor da pele parda/preta, uso de álcool e/ou cigarro, incapacidade de realizar atividades habituais, ansiedade e/ou depressão moderadas/extremas e ter passado por pelo menos uma internação por motivos psiquiátricos. Os resultados demonstraram que características comportamentais, sociais e a presença de outras doenças estão associados à tentativa de suicídio por indivíduos com transtornos mentais graves. Dessa forma, para definir a gravidade ou risco de um quadro de saúde mental, além de seus sinais e sintomas, faz-se necessário considerar a presença de outros fatores considerados agravantes ou protetores. Deve-se considerar durante o tratamento e acompanhamento desses indivíduos, além da doença diagnosticada, os determinantes sociais e comportamentais que influenciam no desfecho da assistência ofertada.