Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Cláudia da Cruz Pires, Maria |
Orientador(a): |
Coelho Bastos Filho, Othon |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8098
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Resumo: |
As tentativas e os suicídios têm se tornado um problema de saúde pública, sendo o autoenvenenamento um dos métodos mais utilizados de atentar contra a própria vida. Este estudo foi realizado em pacientes que tentaram suicídio por envenenamento (TSE) e foram atendidos na Restauração, o maior hospital público de Pernambuco. Objetivo: descrever o perfil sociodemográfico; identificar os principais agentes utilizados; apontar alguns estressores associados à TSE e analisar as diferenças de gênero. Método: o estudo quantitativo, descritivo, analítico, do tipo corte transversal, que avaliou 110 pacientes, com idades entre 14 e 78 anos, atendidos com TSE, no período de janeiro a agosto de 2009. Os instrumentos de avaliação utilizados foram a entrevista padronizada Mini International Neuropsychiatric Interview Brazilian, versão 5.0.0 (MINI), e formulário de entrevista especialmente desenvolvido para o estudo. Resultados: do total, 70% eram mulheres; idade média de 28,8 anos; 58,2% entre 14 e 28 anos; 63,6% encontravam-se sem convívio conjugal; 54,5% estavam desempregados; 85,5% sem profissão; 75,5% declararam-se dependentes de terceiros financeiramente; 67,3% admitiram ter uma crença religiosa; 98,2% com pelo menos um transtorno psiquiátrico. Dentre os estressores, 71,8% dos entrevistados atribuíram como a causa para cometer TSE os conflitos interpessoais (sendo 47,3% afetivos e 24,5% familiares do 1o grau); 80% relataram ideação suicida; 30,9%, TS anterior; 52,7% admitiram ter planejado o ato; 90,9% relataram doença mental na família; 62,7% alegaram fatos traumáticos ao longo da vida; 26,4%, abuso sexual e 17,3% ocorridos na infância; 61,8% declararam estar aliviados por não terem morrido. Em relação a outras variáveis, ressaltam-se 98,2% com um ou mais Transtornos Psiquiátricos; 71,8% falam do Transtorno Depressivo; 28,2% com uso nocivo de bebidas alcoólicas; 27,8% com TAG; 64,5% com comorbidade psiquiátricas; 90,9% com a doença mental na família, e 20% com tentativa de suicídio entre os familiares. Dos agentes declarados, 50,9% foram por ingesta de medicamentos; 45,5% agrotóxicos e 33,6% declararam estar sob efeito de bebidas alcoólicas no momento do envenenamento. Na comparação de gênero, a idade variou de DP=8,4 para os homens e DP=11,55 para as mulheres. As diferenças significativas foram: abuso sexual na infância, sendo 22,1% das mulheres e 6,1% dos homens; transtornos decorrentes de bebidas alcoólicas, 42,4% dos homens e 22,1% das mulheres. Admitiram estar sob efeito de bebidas alcoólicas 51,5% dos homens e 26% das mulheres. Conclusões: os resultados confirmaram outros estudos da literatura: idade média de 28,8 anos; quase três vezes mais mulheres; vida marcada por conflitos afetivo-familiares; precárias condições de autogestão (instrução deficiente, sem profissão, desemprego), por alto índice de transtornos mentais (destacando-se depressivos e alcoolismo) e suporte familiar e social precários. Restou evidente o impacto dos problemas presentes como fortes estressores. Esses dados apontam para a necessidade de planejamento de programas preventivos mais efetivos, em especial para a população mais vulnerável |