Efeito de derivados de triazóis e seus sais em espécies de Leishmania associadas a manifestação visceral e estudos de modo de ação sobre o parasito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Ayla das Chagas lattes
Orientador(a): Coimbra, Elaine Soares lattes
Banca de defesa: Machado, Patrícia de Almeida lattes, Coelho, Eduardo Antônio Ferraz lattes, Silva Filho, Ademar Alves da lattes, Bizarro, Heloísa D’Avila da Silva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00117
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13516
Resumo: A leishmaniose visceral é uma doença progressiva e potencialmente fatal, caso não tratada. Porém, o tratamento disponível apresenta graves efeitos adversos, longo tempo de duração e variabilidade na eficácia. O objetivo deste trabalho foi analisar a atividade de 34 derivados 1,2,3-triazólicos e seus sais, em espécies de Leishmania associadas a manifestação visceral da doença, bem como a toxicidade em células de mamíferos, estudos de modo de ação e efeito no modelo murino. A triagem dos compostos foi realizada com a espécie L. (L.) amazonensis, classicamente associada a leishmaniose cutânea, mas também relatada em casos de leishmaniose visceral. Posteriormente, o composto mais promissor foi avaliado em diferentes cepas de L. (L.) infantum, classicamente associada a manifestação visceral. A atividade antipromastigota de Leishmania spp. e em macrófagos foi avaliada pela técnica do MTT e a atividade antiamastigota por fluorimetria na cepa transfectada com RFP ou por contagem dos parasitos após coloração com Giemsa. Para os estudos de modo de ação, foram utilizados marcadores específicos e analisados por fluorimentria, citometria de fluxo, microscopia de fluorescência ou microscopia eletrônica de transmissão (MET). Os sais de derivados triazólicos exibiram expressiva atividade sobre as formas promastigotas e amastigotas de L. (L.) amazonensis, sendo os mais seletivos aqueles contendo 10 átomos de carbono na cadeia lateral do triazol. Dentre os compostos avaliados, elegeu-se o sal triazólico 25c para continuidade dos estudos. O composto exibiu expressiva atividade em cepas de L. (L.) infantum, oriundas de humano e de cães, com valores de CI50 abaixo de 10 µM e índice de seletividade entre 6-9 para o parasito. Além disso, não exibiu toxicidade nas hemácias de humanos (18,75 - 300 µM). Estudos de modo de ação indicaram a mitocôndria como o principal alvo do composto 25c a 4,55 µM em formas promastigotas de L. (L.) infantum, associados ao aumento da produção de EROs mitocondrial e total, hiperpolarização, inchaço mitocondrial e acúmulo de corpúsculos lipídicos. Não ocorreu aumento da exposição de fosfatidilserina e fragmentação de DNA em promastigotas tratadas com o composto 25c, o que não indicou a ocorrência de apoptose-like. O processo de necrose também foi descartado, uma vez que a permeabilidade e integridade da membrana plasmática dos parasitos não foi alterada após o tratamento. Estudos de autofagia demonstraram a ocorrência de autofagia em promastigotas tratadas com o composto 25c. O composto 25c a 7,92 µM ocasionou diminuição de EROs, não interferiu na produção de NO e ocasionou diminuição dos níveis de interleucina-10 em macrófagos infectados com L (L.) infantum. Estudos in silico demonstraram a boa biodisponibilidade oral do composto 25c, que a 20 mg/Kg diminuiu a carga parasitária no baço e fígado de camundongos BALB/c infectados com L. (L.) infantum. Estudos de toxicidade em camundongos mostraram que o composto 25c a 50 mg/Kg não induziu toxicidade hepática e renal, ao contrário, apresentou a capacidade de reestabelecer as condições fisiológicas dos camundongos infectados. Esses resultados demonstram o potencial in vitro e in vivo do sal triazólico e estimulam mais estudos sobre sua ação in vivo e em diferentes modelos animais.