Repetição como paixão da fé: uma abordagem a partir do pensamento de Søren Kierkegaard

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alves, Carlos Eduardo Cavalcanti lattes
Orientador(a): Roos, Jonas lattes
Banca de defesa: Souza, Humberto Araujo Quaglio de lattes, Cabral, Jimmy Sudário lattes, Valls, Alvaro Luiz Montenegro lattes, Gonçalves, Paulo Sérgio Lopes lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00061
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14530
Resumo: A presente tese tem por objetivo apresentar a ideia de que repetição é categoria religiosa associada à fé e está presente, de forma incipiente, na obra que o nomeia já a partir de seu título, A repetição. De autoria do pensador dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), a produção aborda a possibilidade da repetição como categoria filosófica e existencial pelo pseudônimo Constantin Constantius. A narrativa percorre suas reflexões e sua busca pela repetição nas próprias experiências estéticas. Em decorrência do insucesso de sua empreitada, imagina um jovem como objeto de sua análise e que, como resultado de uma frustração amorosa, igualmente deseja a repetição. Posteriormente, ao alegar o jovem tê-la encontrado, a publicação termina ao afirmar que lhe faltou a irrupção do religioso, sem concluir sobre as condições de possibilidade da repetição e suas características específicas. Para elucidar tais questões a propósito desta categoria, esta tese investiga primeiramente o pensamento filosófico, as condições existenciais e as questões de Constantius a respeito da repetição. Em seguida, a repetição como problema existencial do jovem imaginado é analisada à luz da interioridade demonstrada diante da frustração amorosa e da expectativa de uma solução religiosa. O significado da repetição no pensamento mais amplo de Kierkegaard é identificado, a seguir, pela dialética existencial presente em conceitos metafísicos apresentados por Constantius, fundamentalmente como movimento entre eternidade e temporalidade, e liberdade e realidade. Por fim, a repetição é concebida como categoria religiosa por suas conexões com os conceitos de instante, paradoxo e, especialmente, fé, como presente na tipologia kierkegaardiana dos personagens bíblicos Job e Abraão. Conclui-se, assim, que repetição, como movimento religioso e seriedade da existência nas palavras de Constantius, consiste em paixão, páthos ético-existencial da fé.