Repetição como paixão da fé: uma abordagem a partir do pensamento de Søren Kierkegaard
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00061 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14530 |
Resumo: | A presente tese tem por objetivo apresentar a ideia de que repetição é categoria religiosa associada à fé e está presente, de forma incipiente, na obra que o nomeia já a partir de seu título, A repetição. De autoria do pensador dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), a produção aborda a possibilidade da repetição como categoria filosófica e existencial pelo pseudônimo Constantin Constantius. A narrativa percorre suas reflexões e sua busca pela repetição nas próprias experiências estéticas. Em decorrência do insucesso de sua empreitada, imagina um jovem como objeto de sua análise e que, como resultado de uma frustração amorosa, igualmente deseja a repetição. Posteriormente, ao alegar o jovem tê-la encontrado, a publicação termina ao afirmar que lhe faltou a irrupção do religioso, sem concluir sobre as condições de possibilidade da repetição e suas características específicas. Para elucidar tais questões a propósito desta categoria, esta tese investiga primeiramente o pensamento filosófico, as condições existenciais e as questões de Constantius a respeito da repetição. Em seguida, a repetição como problema existencial do jovem imaginado é analisada à luz da interioridade demonstrada diante da frustração amorosa e da expectativa de uma solução religiosa. O significado da repetição no pensamento mais amplo de Kierkegaard é identificado, a seguir, pela dialética existencial presente em conceitos metafísicos apresentados por Constantius, fundamentalmente como movimento entre eternidade e temporalidade, e liberdade e realidade. Por fim, a repetição é concebida como categoria religiosa por suas conexões com os conceitos de instante, paradoxo e, especialmente, fé, como presente na tipologia kierkegaardiana dos personagens bíblicos Job e Abraão. Conclui-se, assim, que repetição, como movimento religioso e seriedade da existência nas palavras de Constantius, consiste em paixão, páthos ético-existencial da fé. |