A comunidade arbórea de um trecho de Floresta Atlântica secundária no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Brito, Pablo Salles de lattes
Orientador(a): Carvalho, Fabrício Alvim lattes
Banca de defesa: Venturoli, Fábio lattes, Salimena, Fatima Regina Gonçalves lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2414
Resumo: Este estudo visou avaliar a composição, estrutura e diversidade da comunidade arbórea de um trecho de floresta estacional semidecidual em estágio intermediário de regeneração pertencente ao Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, município de Juiz de Fora, MG, Brasil. As árvores (DAP ≥ 5 cm) foram amostradas em 25 parcelas aleatórias de 20 x 20 m (1 ha). Foram amostrados 2535 indivíduos, sendo 385 mortos em pé e 2150 indivíduos vivos, pertencentes a 105 espécies, 79 gêneros e 39 famílias. As espécies mais importantes na comunidade foram Xylopia sericea, Miconia urophylla, Ocotea diospyrifolia, Vismia guianensis, Psychotria vellosiana, Syzygium jambos, que juntas somaram 41,5% do VI. As famílias mais representativas foram Fabaceae, Lauraceae, Melastomataceae, Myrtaceae e Rubiaceae, que juntas abrigaram 45,7% das espécies. Como reflexo da forte dominância ecológica, o valor do índice de diversidade de espécies de Shannon (H’ = 3,30 nats.ind-1) foi baixo em comparação com florestas secundárias de mesma fitofisionomia da região. As 385 árvores mortas em pé representam 15,2% do total de indivíduos, valor muito alto quando comparado com outras florestas secundárias da região. A distribuição diamétrica da comunidade e principais populações foi do tipo “J-reverso”, com grande concentração de indivíduos nas primeiras classes, mostrando alta capacidade regenerativa. Uma análise de correspondência distendida (DCA) da composição quantitativa (densidade absoluta) de espécies resultou em gradientes curtos, sendo encontrado autovalor acima de 0,30 apenas para o eixo 1, mostrando que o fragmento apresenta baixa heterogeneidade interna. Houve forte predominância de espécies pertencentes a estágios sucessionais iniciais (pioneiras e secundárias iniciais). A grande maioria das espécies (51,5%) e indivíduos (81,4%) apresentou dispersão zoocórica. Os resultados mostram que embora o fragmento florestal possua tempo de regeneração natural superior a 70 anos, a comunidade arbórea apresenta um processo de sucessão aparentemente lento, ainda com baixa diversidade e características de uma floresta imatura. Em contrapartida, a área possui espécies ameaçadas de extinção e possui famílias características de floresta madura como Lauraceae e Myrtaceae com boa representatividade. Ou seja, o fragmento tem grande importância para a preservação da biodiversidade regional e ações de manejo adequadas podem incrementar sua qualidade ao longo do tempo.