Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Calais, Lara Brum de
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Orientador(a): |
Perucchi, Juliana
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Banca de defesa: |
Cassab, Maria Aparecida Tardin
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Prado, Marco Aurélio Máximo
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Fraga, Paulo Cesar Pontes
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Cunha, Claudia Carneiro da
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6870
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Resumo: |
A presente tese teve como objetivo investigar as possibilidades de subjetivação política das Redes de Jovens Vivendo com HIV/Aids no Brasil e sua (possível) constituição enquanto sujeito político. A pesquisa posiciona-se frente a um complexo campo teórico, metodológico e conceitual e assume como orientação epistemológica a produção de Jacques Rancière sobre a dimensão dissensual da política. No panorama contemporâneo do HIV/Aids, são abordados alguns caminhos que fizeram-se relevantes na história da epidemia no país, principalmente os que colocam em foco a juventude que vive com o vírus. Nesse sentido, destina-se atenção a problematizações como: os processos que envolveram a participação da sociedade civil organizada nas políticas de prevenção ao HIV/Aids; as relações institucionais que construíram lógicas de pactuação e assimilação com o Estado; a valorização de uma racionalidade técnica a partir do incremento de novas tecnologias de prevenção; e a posição da juventude e sua articulação coletiva nestes campos. No estudo, a juventude é entendida enquanto campo atravessado por intervenções, principalmente em sua relação com o Estado, questionando-se lógicas de apropriação e de um protagonismo tutelado. Frente a este contexto, a Etnografia é tomada como desenho metodológico, lançando mão da observação participante, do diário de campo e das conversas (in)formais para acessar o recorte da realidade das Redes de Jovens Vivendo com HIV/Aids. Do campo etnográfico, desdobraram-se cinco tópicos de sínteses analíticas: 1) Encontros, espaços e relações; 2) (Sobre)viver com HIV/Aids e fazer/ser Redes; 3) Instituições, pactuações e Redes; 4) Da participação social à subjetivação política; 5) Entre ―ser Rede‖, ―ser jovem‖ e ―ser sujeito político‖. Tais sínteses concentram-se na divisão entre o regime da polícia e da política e nas possibilidades de ruptura na ordem sensível que oportunizam a subjetivação política. Como conclusão, o possível acontecimento das Redes enquanto sujeito político está relacionado a uma inversão produzida acerca de sua própria existência. A partir desta inversão provocada por ações de reconhecimento do dissenso, ou de nomeação de uma polêmica, ocasiona-se um intervalo no ordenamento sensível e nas lógicas naturalizadas das hierarquias no cenário político da Aids. Pois o sujeito político encontra-se justamente na condição de se manter ―entre‖, escapando da lógica que o assimila como parte do processo comum e neutraliza seus efeitos. Pela via da (des)identificação, entende-se que é no nó entre ser jovem, ser Redes e ser sujeito político, que torna-se possível reinventar os modos da política. |