Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Lott, Tiago Horácio
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Orientador(a): |
Faria, Alexandre Graça
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Banca de defesa: |
Daibert, Barbara Inês Ribeiro Simões
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Martins, Anderson Bastos
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Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues
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Patrocínio, Paulo Roberto Tonani do
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4719
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Resumo: |
A intenção deste trabalho é demonstrar como a dinâmica da produção artística/intelectual do autor queniano Ngugi wa Thiong’o, cujos trabalhos ganharam notoriedade a partir da segunda metade do século XX – principalmente pelo tom contestatório e posição anticolonial e anti-imperialista – é sintomática da resistência promovida por alguns intelectuais e operada no seio das nações da África, desde a composição de peças teatrais com a ajuda de camponeses, passando pela ficção em língua inglesa ou, como o próprio Ngugi aponta em Decolonising the mind (1986), uma língua afro-europeia, entrando em sua mais radical e talvez famigerada fase: a recusa do uso de uma língua não-africana para produzir sua literatura, chegando, enfim, ao ponto que nos parece ser seu (entre)lugar: a autotradução de Murogi wa kagogo, de 2004, romance escrito primeiramente em quicuio e vertido para o inglês com o título de Wizard of the crow, em 2006. Há, no nosso entendimento, um movimento entre posições maniqueístas, nas quais o escritor assume uma postura especular, trabalhando aqui com o conceito proposto por Abdul R. JanMohamed, isto é, o sujeito se coloca ou em um determinado lócus de enunciação, quer seja o de total assimilação da cultura do colonizador, ou na margem oposta dessa: a de total rejeição do status quo, da língua e cultura do dominador alóctone. Não obstante, o encaminhamento de nosso trabalho intentou apontar não para as posições especulares assumidas por Ngugi (embora essas nos pareçam processos fundamentais na obra do autor), mas justamente a escolha por um locus de enunciação terceiro, uma “terceira margem do rio”, como fundamento para uma postura de tom sincrético, na qual o trânsito entre as distintas tradições a partir das quais esse sujeito é formado possam dialogar, evidenciando a existência de uma e de outra. O título A reescritura e a diferença: estratégias de descolonização na obra de Ngugi wa Thiong’o é uma tentativa de aproximar um corpus teórico que pudesse abarcar pensamentos advindos dos Estudos Culturais, da Filosofia e, principalmente, dos Estudos da Tradução, além das análises próprias dos Estudos Literários, área primeira do presente trabalho. O referencial bibliográfico evidencia pensamentos de Michel Foucault, Giorgio Agamben, Edward Said, Gilles Deleuze, Felix Guattari, Antoine Berman, André Lefevere, Walter Benjamin, Gayatri Chakravorty Spivak, John Samuel Mbiti, Simon Gikandi e, naturalmente, do próprio Ngugi, entre outros. |