Efeito do modelador epigenético 5-Aza-2’-Deoxycytidine no desenvolvimento dos embriões bovinos produzidos após choque térmico em oócitos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Araújo, Thamiris Dornelas de lattes
Orientador(a): Camargo, Luiz Sérgio de Almeida lattes
Banca de defesa: Oliveira, Clara Slade lattes, Maranduba, Carlos Magno da Costa lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/Genética e Biotecnologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/85
Resumo: As mudanças climáticas constituem ameaça às espécies e à sustentabilidade financeira dos sistemas de produção. Estudos preliminares mostraram que embriões bovinos submetidos ao choque térmico apresentam níveis diferenciados de heterocromatina, o que pode comprometer o desenvolvimento. Algumas substâncias interferem na estrutura da cromatina ou na metilação do DNA e podem influenciar os eventos epigenéticos do desenvolvimento embrionário. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de 5-aza-2’-deoxycytidine na produção de embriões bovinos utilizando oócitos submetidos ao choque térmico. Oócitos de vacas de abatedouro foram maturados em TCM-199+10% soro de vaca em cio e distribuídos em: experimento 1(NHS, sem choque térmico) - 5%CO2 e 38,5ºC 24h; experimento 2 (HS, choque térmico) - 6,5-7,0%CO2 e 41,5ºC 12h + 12h em 5%CO2 e 38,5ºC. Foi realizada FIV em FERT-TALP por 20h nas condições convencionais de maturação. Procedeu-se o cultivo em CR2aa+2,5%SFB a 38,5ºC, 5%CO2 e 5%O2 por 8 dias. Em cada experimento os embriões foram divididos nos seguintes tratamentos: sem adição de 5-aza (NHS ou HS - Controles), expostos a 5-aza (10nM) por 24h (NHS24h ou HS24h) ou por 48h (NHS48h ou HS48h). Após exposição à droga os embriões foram cultivados em meio idêntico ao de NHS e HS até completarem o desenvolvimento. O estágio de desenvolvimento e a taxa de embriões foram avaliados nos dias 3 (D3), 7 (D7) e 8 (D8), e blastocistos D8 foram avaliados por TUNEL quanto à taxa apoptótica. Embriões D2 e D3 foram submetidos à imunofluorescência para marcação de HP1β. Não houve diferença na clivagem dos dois experimentos. O percentual de embriões com 8 células em D3 foi menor em todos os grupos tratados com 5-aza. Menores taxas de blastocistos em D7 e D8 foram obtidas no tratamento NHS48h. Menores taxas de blastocistos foram produzidas em D7 e D8 para HS24h e HS48h. O número de células totais e da massa celular interna dos blastocistos não diferiu entre os grupos dos dois experimentos. O índice apoptótico nos grupos do experimento 1 foi similar, e no experimento 2 ocorreu diferença apenas entre os grupos HS24h e HS48h. O índice apoptótico da massa celular interna não diferiu nos dois experimentos. O uso de 5- aza não influencia as taxas de clivagem em D3, mas a longa exposição reduz as taxas de blastocistos. Associado ao choque térmico, 5-aza reduz as taxas de blastocistos independente do tempo de exposição. No entanto, não houve injúrias celulares detectáveis nos embriões que se desenvolveram a blastocisto. A intensidade do sinal para heterocromatina em embriões com 4-7 células foi similar entre os grupos, o percentual de núcleos não marcados foi baixo e NHS24h marcou mais núcleos fortemente. Embriões de 8-16 células apresentaram redução na intensidade do sinal quando expostos a 5-aza, o que não ocorre nos embriões de choque térmico, com intensidades similares a NHS, e 5-aza não tem aparente efeito sobre a presença de HP1β. Mudanças nos padrões de eucromatina e heterocromatina nos embriões de choque térmico podem estar relacionadas a uma ativação do genoma embrionário mais complexa, reduzindo a produção de blastocistos.