Fluxo de CO2 e CH4 em uma lagoa tropical (Pantanal, Brasil) com gradiente de turbidez

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carvalho, Felipe Rust de lattes
Orientador(a): Roland, Fábio lattes
Banca de defesa: Mendonça, Raquel Fernandes lattes, Figueiredo de Barros, Marcos Paulo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/413
Resumo: Ecossistemas de água doce (rios, lagos e reservatórios) desempenham um papel essencial na ciclagem de carbono nos continentes. Esses ambientes são fontes significantes de gases de efeito estufa (GEE) para a atmosfera, principalmente de gás carbônico (CO2) e metano (CH4). Apesar do aumento do número de estimativas, a dinâmica e o controle das emissões naturais de GEE em ambientes aquáticos ainda é pouco estudada, especialmente nos trópicos. O objetivo geral da dissertação foi estimar os fluxos de CO2 e CH4 em uma lagoa tropical rasa com gradiente de turbidez. O trabalho foi realizado na lagoa Sinhá Mariana (MT), uma lagoa pantaneira com a ocorrência de duas regiões hidrológicas distintas; a lagoa é ligada ao rio Mutum de águas claras, pobre em material em suspensão, e baixa turbidez e ao rio Cuiabá de águas túrbidas, que apresenta alta taxa de material em suspensão. Duas coletas foram realizadas no ambiente, caracterizando os períodos hidrológicos de águas altas e águas baixas. A variação temporal, espacial e o pulso de inundação mostraram serem fatores importantes no fluxo de CO2, que variou de -4,95 mmol m-2 d-1 a 282 mmol m-2 d-1 nos períodos amostrados e diferenças significativas foram observadas entre um período e outro, com maiores emissões no período de águas altas (142 ± 40 mmol m-2 d-1) e menores nas águas baixas (2,3 ± 11,5 mmol m-2 d-1). Além disso, os fluxos de CO2 foram significantemente m/aiores nas proximidades do rio Mutum e menores na região túrbida e intermediária da lagoa, em ambos os períodos. Diferentemente, o fluxo total de CH4, embora estimado apenas nas águas altas, registrou os maiores valores médios na região de maior turbidez da lagoa (10,9 ± 6,9 mmol m-2 d-1), seguido pela região intermediária (5,1 ± 3,9 mmol m-2 d-1) e pela região influenciada pela água clara (2,5 ± 1,4 mmol m-2 d-1). A ebulição foi o principal processo de emissão de CH4, responsável por 78% do fluxo total. O gradiente de turbidez registrado ao longo da lagoa pareceu ter sido um fator determinante na dinâmica do fluxo tanto de CO2 quanto do CH4. Os dados deste trabalho reforçam a necessidade da amostragem espacial dos fluxos de CH4 e CO2 em lagos tropical, além de reforçar que estes fluxos podem ser controlados principalmente pela turbidez e pelo pulso de inundação (CO2).