Favela é moda, Beijinho no Ombro e Linn sem Mordaça: corpos periféricos que atravessam, negociam e traduzem mundos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Laia, Cristiane Maria Medeiros lattes
Orientador(a): Sequeira, Rosane Preciosa lattes
Banca de defesa: Lima, Caroline Barreto de lattes, Mesquita, Cristiane Ferreira lattes, Guimarães, Lara Linhalis lattes, Borges Júnior, Eli lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes
Departamento: IAD – Instituto de Artes e Design
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17327
Resumo: O interesse pelo que se ergue das beiradas – cosmológicas, geográficas, conceituais, existenciais, subjetivas – do mundo, com seus movimentos que inserem e destilam heterogeneidades em espaços hegemônicos, conduz essa pesquisa. Ela parte de uma costura de teorias, conceitos e saberes, vindos de lugares plurais de fala e de vida, para pensar como reverbera o que tais inserções produzem nas construções legitimadas de um mundo pós-colonial. Entendendo a moda como um desses espaços hegemônicos, três acontecimentos que flertam com ela, mas partem de existências e estéticas que não se situam nas referências de mundo eurocentrados que a sustenta, são escolhidos para dar corpo a essa tese. São eles: a criação e atuação da Jacaré Moda, uma agência de modelos da Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro; a chegada de Linn da Quebrada no Big Brother Brasil 2022, usando uma camiseta estampada com a obra Anastácia Livre; e o videoclipe Beijinho no Ombro, de Valesca Popozuda, gravado no ano de 2013. Cada um deles aciona olhar, para além de seus contornos, o esgarçamento de certezas, o questionamento de privilégios, o embaralhamento de referências, e os outros tantos deslocamentos, que a presença da diferença irredutível dispara nos circuitos excludentes e exclusivistas que se cristalizaram em princípios coloniais, que se sustentam cada vez menos. Nesse sentido, incitam pensar a produção de diferença que é gerada a partir da diferença que gera diferença, e com ela a impossibilidade de controle sobre tal produção, o que significa, no final das contas, a impossibilidade de controle sobre os lugares que cada corpo irá ocupar e, por consequência, sobre a manutenção da divisão colonial de lugares no mundo. O trajeto se inspira no conceito de Rizoma, enquanto método de pesquisa, que dá conta dos movimentos do mundo em constante feitura e transformação. E as linhas de força que guiam a escrita se fazem na confluência das vozes de Conceição Evaristo, Achille Mbembe, Deleuze e Guattari, Grada Kilomba, Nego Bipo, Luiz Antônio Simas, Luiz Rufino, Eduardo Viveiros de Castro, Davi Kopenawa, dentre outros.