Mulheres de ouro: trajetória e representações de atletas de lutas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fernandes, Vera Lucia Ferreira Pinto lattes
Orientador(a): Mourão, Ludmila Nunes lattes
Banca de defesa: Ferrari, Anderson lattes, Goellner, Silvana Vilodre lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/872
Resumo: Esta pesquisa, de natureza qualitativa e caráter descritivo, se desenvolveu a partir da seguinte questão central: “Quais os eventos e experiências são vivenciados pelas mulheres que levaram adiante uma carreira como lutadora, apesar dos elaborados argumentos sociais que funcionariam como inibidores de tal atitude?”. Com aporte teórico dos estudos de gênero e metodológico das representações sociais, desta questão central foram definidos como objetivos deste estudo: a) Compreender como se dá o processo de inserção e permanência de mulheres nas lutas; b) Identificar os significados, as motivações, assim como, as dificuldades na construção de suas carreiras; e c) Identificar e analisar as representações de feminilidades dessas mulheres atletas e analisar até que ponto se aproximam e/ou se afastam de uma representação hegemônica. Para atingir os objetivos propostos utilizamos uma Entrevista Semiestruturada, elaborada de acordo com os objetivos da pesquisa, que foi feita a seis atletas profissionais de diferentes modalidades de lutas: duas atletas de Boxe Olímpico, três de Luta Olímpica estilo livre e uma de Mixed Martial Arts. Todas as atletas possuem grande representatividade nacional e internacional dentro do cenário das lutas. As narrativas mostram que as atletas possuem a aptidão esportiva para as modalidades em que atuam, mas esta só é descoberta a partir do convite para a primeira experiência, primeira luta, ou envolvimento técnico com o esporte que, notadamente, é sempre mediado por um homem, aqui caracterizado como tutor. A este fato, somam-se o anseio das famílias pela escolha profissional das atletas, as dificuldades – financeiras e preconceitos –, seus sonhos, conquistas e significados agregados à carreira de lutadora. São mulheres que suportam uma pesada rotina de treinos em ambientes mistos e representam a feminilidade de forma plural e marcada pela postura mais agressiva nos treinos e nas lutas. Suas feminilidades estão aliadas à vaidade e beleza, sejam estas constitutivas de toda mulher ou aquela investida externamente nas ocasiões em que não se encontram lutando ou treinando e, quando possível, também nestes momentos. Ou seja, elas subjetivam determinadas “masculinidades” como forma de pertencimento ao meio, ao mesmo tempo em que marcam a presença do feminino no ringue, no tapete e no octógono.