Resumo: |
Pretende-se entender, através do presente estudo, de que forma a política habitacional interferiu na dinâmica socioespacial de Juiz de Fora, principalmente no surgimento e na evolução dos bairros populares modificados substancialmente por expedientes da reprodução capitalista. Ou seja, como tais expedientes forjaram relações que permitiram a reprodução do espaço urbano a partir de dois contextos importantes: resolver o problema do déficit habitacional e estabelecer novas áreas de valorização do capital. Tratou-se como recorte espacial mais específico o bairro assim denominado de Cidade do Sol, onde se identificou uma série de ações complexas de financiamento habitacional, intervenções e ocupação do solo urbano. A Cidade do Sol compõe atualmente um cinturão habitacional de uma população aproximada de 12. 227 habitantes. Buscou-se localizar, dessa forma, a relação entre projetos habitacionais do Banco Nacional de Habitação - BNH e a formação e reprodução dos bairros na cidade, que se remodelam pelo quadro social e simbólico dentro da expressão ―cada um no seu lugar” e pelo qual se reforçam repartições e contradições espaciais, arranjos, ideologias e representações do mundo, modeladas e organizadas social e simbolicamente, de acordo com o espaço urbano capitalista. A questão da habitação se insere neste ciclo como germe inicial da criação de novas células de convívio, que se reorganizam na forma de cidade em suas diferentes escalas: o bairro, neste caso, torna-se importante recorte, uma vez que espacializa imediatamente algumas dessas contradições. |
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