Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Costa, Danilo de Souza
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Orientador(a): |
Silva Filho, Ademar Alves da
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Banca de defesa: |
Pereira Júnior, Olavo dos Santos
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Pinto, Nicolas de Castro Campos
,
Carvalho, Gustavo Senra Gonçalves de
,
Franco, Lucas Lopardi
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
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Departamento: |
Faculdade de Farmácia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17027
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Resumo: |
A doença causada pela infecção do parasito Schistosoma mansoni, esquistossomose, mantémse como um preocupante problema de saúde pública no Mundo e no Brasil, estando na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, uma das regiões mais afetadas pela esquistossomose é o estado de Minas Gerais (MG). A OMS recomenda o tratamento para esquistossomose com um único fármaco, o praziquantel (PZQ), que atua apenas na fase adulta do S. mansoni, não sendo eficaz no início da infecção, em parasitos juvenis, além de existirem relatos de resistência em algumas linhagens do parasito. Neste contexto a pesquisa de novos fármacos esquistossomicidas torna-se necessário. Na medicina tradicional há relatos de uso de diversas plantas com o uso antiparasitário, dentre elas a Acmella oleracea, Pothomorphe umbellata e Aesculus hippocastanum, as quais possuem várias atividades biológicas descritas na literatura, como antimaláricos, anti-helmínticos, antiinflamatórios entre outros. No presente trabalho o objetivo geral foi avaliar a atividade esquistossomicida dos extratos de A. oleracea (AoE), P. umbellata (PuH) e A. hippocastanum (HCSE) e de seus principais metabólitos secundários, na ordem, espilantol (SPL), 4- nerolidilcatecol (4-NC) e escina (ESC). Além disso, os extratos foram analisados por CLAEDAD e CLUE-ESI-QTOF-EM. Os metabólitos SPL e 4-NC foram isolados e caracterizados por CLAE-DAD, RMN de 1H e 13C. A ESC foi adquirida comercialmente. Os extratos e seus metabólitos foram avaliados in vitro e in vivo frente à vermes adultos de S. mansoni, e o 4-NC também em parasitos juvenis. Os resultados abrangentes deste estudo destacam a notável atividade esquistossomicida dos extratos hexânico das raízes de Pothomorphe umbellata (PuH), etanólico de inflorescência de Acmella oleracea (AoE), e do extrato padronizado das sementes de Aesculus hippocastanum (HCSE), juntamente com seus metabólitos secundários: 4- nerolidilcatecol (4-NC), espilantol (SPL) e escina (ESC), respectivamente. A análise de CLUEESI-QTOF-EM revelou a presença de 4-NC, peltatol A e peltatol B ou C no extrato PuH. No extrato AoE, por meio da análise em CLUE-ESI-QTOF-EM, foram anotadas 14 alquilamidas, incluindo SPL. Já no extrato HCSE foram anotadas 13 saponinas por meio da análise em CLUEESI-QTOF-EM. A concentração de 4-NC no PuH foi de aproximadamente 80%, e a concentração de SPL no AoE foi de aproximadamente 85%. Os extratos e compostos isolados foram avaliados em ensaios in vitro frente ao S. mansoni, apresentando atividades significativas, sem toxicidade em células de mamíferos ou C. elegans. As análises in vivo contra o S. mansoni, em relação à carga total de parasitos mostraram reduções de ~50% para o 4-NC, ~33% para o SPL, ~28% para o AoE, ~70% para a ESC e ~28% para o HCSE. Em relação à X quantidade de ovos, houve redução de ~52% para o 4-NC, ~63% para o SPL, ~46% para o AoE, ~81% para a ESC e ~46% para o HCSE. Quanto à hepatoesplenomegalia, os resultados mostram que a administração oral, das amostras (400 mg∙kg-1 ) foram capazes de reduzir o peso do fígado e baço dos animais tratados, com percentuais variando de 16% a 37% para o 4-NC, SPL, AoE e ESC. Além disso, o 4-NC apresentou eficácia in vivo contra parasitos jovens (infecção pré-patente) de S. mansoni, ao contrário do PZQ, que tem baixa atividade nesta fase da infecção. Em relação à infecção pré-patente, o 4-NC demonstrou resultados significativos, enquanto a ESC e HCSE foram inativas, sendo necessários estudos adicionais para o SPL e AoE. Esses achados abrem novas perspectivas para avaliações futuras com produtos naturais, sugerindo também a possibilidade de reaproveitamento clínico de fitoterápicos já comercializados contra S. mansoni. |