Mulheres que sabem demais: o phármakon das feiticeiras brasileiras no entresséculos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rocha, Waldyr Imbroisi lattes
Orientador(a): Carrizo, Silvina Liliana lattes
Banca de defesa: Nascimento, Lyslei de Souza lattes, Pereira, Edimilson de Almeida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/537
Resumo: Este trabalho tem como objetivo um exame da presença da feiticeira na literatura brasileira do entresséculos, focando-nos no período entre 1881 e 1904. Levando em consideração as mudanças políticas e sociais do período, buscamos analisar a relevância que essa figura ganha na literatura nacional entre os anos de 1865 e 1920. Nossa análise leva em conta, em perspectiva histórica, a evolução do conceito e da figura da bruxa na Europa e no Brasil, a delimitação do estereótipo de feitiçaria como predominantemente feminino e a presença mais ou menos proeminente da bruxa ao longo da história da literatura, demandando-nos uma abordagem interdisciplinar que se apoia na discussão sobre a própria constituição da história, nas reflexões sobre a presença de culturas populares e eruditas, no pensamento feminista contemporâneo e na crítica literária que se debruça sobre as personagens do texto como amálgamas de elementos sociais, históricos e psicológicos atuando dentro da economia narrativa de cada obra. Após territorializarmos nossa discussão nos termos expostos, dedicamos os capítulos finais deste trabalho à análise aprofundada das duas personagens feiticeiras mais relevantes do período: Paula, a bruxa de O Cortiço, e Bárbara, a cabocla vidente de Esaú e Jacó, tomando como princípio de análise a presença de um phármakon que, antes de ser bom ou mau, é o elemento que faz fugir às leis gerais.