De escravo à superfluo: um estudo sobre o lugar do negro no mercado de trabalho brasileiro atual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ribeiro, Iasmim Lopes lattes
Orientador(a): Menegat, Elizete Maria lattes
Banca de defesa: Rodrigues, Mônica Aparecida Grossi lattes, Barreto, Ana Cláudia de Jesus lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Serviço Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17914
Resumo: A presente dissertação tem o intuito de contribuir para uma maior compreensão acerca da relação entre raça e os supérfluos no Brasil. Partimos da compreensão de que as origens do capitalismo no Brasil estão associados ao movimento da acumulação originária iniciado com o “descobrimento” dos territórios hoje conhecidos como Américas e com o processo de escravização. Entendemos que estruturou-se uma ligação indissociável entre racismo, divisão racial do trabalho, escravidão e gênese do capitalismo mundial. Os estigmas racistas criados no período escravocrata constituíram-se como parte da base fundamental do sistema e se mantém na realidade dos sujeitos negros até os dias atuais. O objetivo central da pesquisa é analisar a relação entre supérfluos e a população negra no Brasil, contextualizando no período pós abolição, a instituição do trabalho livre no país destacando a formação dos supérfluos e sua ligação com a questão racial. Para isso é proposta uma pesquisa bibliográfica partindo de autores que discutem acumulação primitiva, escravização, desenvolvimento e surgimento do capitalismo enquanto sistema mundial como Marx e Williams. No intuito de realizar a discussão sobre o lugar do negro na estrutura social de um país que tem sua gênese escravocrata conta-se com o aporte teórico de autores como Gonzales, Kowarick, Moura e Prado Jr. E para além, objetivando investigar os supérfluos no Brasil e sua relação com a população negra, propõe-se a realização de uma análise a partir dos bancos de dados governamentais (IBGE/PNAD) sobre população em idade ativa/de trabalhar, desocupados, inativos e raça; no intuito de cruzar esses dados e avaliar se a hipótese de que uma parcela significativa desses sujeitos inseridos enquanto supérfluos são negros, se confirma. Sendo assim, partindo da revisão bibliográfica realizada tanto pelos autores anteriormente citados quanto pelo material coletado na análise de dados, objetivou-se a realização de uma reflexão crítica e mais aprofundada sobre a historicidade do papel que se determina a população negra dentro da sociedade capitalista, como é/ qual espaço uma sociedade de origem escravocrata relega a essa população e como dentro do cenário brasileiro estes aspectos geram repercussões na atualidade.