Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Daniel da Silva
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Orientador(a): |
Noronha, Jovita Maria Gerheim
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Banca de defesa: |
Faria, Alexandre Graça
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Villaça, Cristina Ribeiro
,
Moraes, Marcos Antonio de
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Rocha Júnior, Alberto Ferreira da
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5909
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Resumo: |
Esta tese tem por objetivo realizar uma leitura dos diários de Lúcio Cardoso, Walmir Ayala e Harry Laus, considerando, especialmente, a forma como os três autores colocam em cena a questão da própria homossexualidade. No Brasil da segunda metade do século XX, esses três diaristas se destacam por terem sido os primeiros a criarem uma escrita na primeira pessoa que abordava, ainda que de um modo por vezes oblíquo, o “amor que não ousa dizer seu nome”, contrapondo-se ao silêncio a que, até então, estava fadado o sujeito homossexual na sociedade brasileira. Esse estudo foi feito através da seleção de algumas linhas de força que atravessam os três conjuntos de diários e que permitem situá-los tanto em seu momento histórico e político, quanto em relação à obra de seus autores, jamais perdendo de vista a grande questão de gênero que esses textos colocam. Entre os temas estudados, destaca-se inicialmente os discursos de detração da prática diarística, as funções que o diário desempenha para aquele que o mantém e o modo como essa escrita se constitui num espaço de auto-hospitalidade que permite a criação de uma determinada imagem de si. A seguir, passa-se a uma tentativa de definição e de história do diário de escritor, que considera, ainda, a importância da emergência, a partir do século XVIII, de uma estética de valorização do rascunhal e do inacabado para o estabelecimento do diário como objeto legítimo de estudo. Trata-se também sobre como o diário permite a seu autor construir uma imagem intelectual a partir da cena da escrita e da cena da leitura. A partir do destaque da cena de leitura no diário, explora-se o modo como as obras de alguns autores franceses, especialmente André Gide, foram de fundamental importância para Cardoso, Ayala e Laus encontrassem um gênero e uma linguagem para escreverem sobre a homossexualidade. Em seguida, trata-se do modo como a escrita diarística se relaciona com os limites entre o íntimo, o privado e o público, sobretudo quando o que está em jogo é a expressão/enunciação da (homos)sexualidade. A publicação do diário, tema abordado posteriormente, potencializa o risco da escrita diarística, principalmente se o texto publicado toca de algum modo na homossexualidade. Por fim, trata-se da forma como esses três diaristas abordam, em sua escrita, a sexualidade, o corpo e o amor. |