Representações de violência de gênero em Sinfonia em branco, de Adriana Lisboa, e em Um amor incômodo, de Elena Ferrante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Quintella, Amanda Cordeiro lattes
Orientador(a): Almeida, Márcia de lattes
Banca de defesa: Gonçalves, Ana Beatriz Rodrigues lattes, Santos, Mirian Cristina dos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/12362
Resumo: Esta dissertação analisa como a temática da violência de gênero é desenvolvida nas obras Sinfonia em branco, da escritora brasileira Adriana Lisboa, e Um amor incômodo, da autora italiana Elena Ferrante, de modo a reconhecer, dentre as possibilidades da literatura produzida por mulheres, a crítica das autoras à sociedade patriarcal e um propósito de transformação social. Nesse sentido, com o apoio epistemológico dos estudos de gênero, da crítica literária feminista, da psicanálise, das ciências sociais e da filosofia, bem como com a consulta a dados de levantamentos reais sobre os diversos tipos de violência contra as mulheres nos contextos de produção dos romances, propomos a investigação das repercussões, na vida das personagens, das violências – sexual, física e/ou psicológica – sofridas por elas no entorno familiar. No estudo das trajetórias individuais dessas mulheres/personagens são percebidas características traumáticas, seja na psique das protagonistas seja em seus corpos, cujas marcas as autoras deixam explícitas na própria escrita e na organização formal dos romances. Além disso, a partir das narrativas, refletimos sobre as causas e consequências das violências de gênero, considerando a construção social do feminino, o peso das instituições na manutenção da distribuição dos papéis sociais segundo o gênero, as implicações da rígida divisão entre público e privado e a paradoxal culpabilização das vítimas das agressões, principalmente no ambiente doméstico. Por fim, identificamos, nas obras avaliadas, a verbalização como um caminho escolhido pelas escritoras para que as personagens possam lidar com seus traumas, assim como, muitas vezes, a expressão literária de autoria feminina pode ser uma via para a denúncia das violências e das opressões que sofrem muitas mulheres.