Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Feitosa, Manuella Barbosa
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Orientador(a): |
Bastos, Ronaldo Rocha
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Banca de defesa: |
Silveira, Denise Silva da
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Bustamante, Maria Tereza
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Faculdade de Medicina
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4175
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Resumo: |
As desigualdades sociais em saúde podem se manifestar de diversas formas no processo saúde-doença. Isto inclui até mesmo o acesso e a utilização de serviços de saúde. Apesar de inúmeros estudos na literatura nacional apontarem para a existência de iniqüidades analisando a utilização dos serviços de saúde existem limitações na interpretação desse enfoque. Desta forma, visando a avaliação da equidade de forma mais abrangente, proponho a diferenciação da utilização e do acesso. A utilização dos serviços foi analisada sob o enfoque do uso, enquanto o conceito de Acesso adotado foi estruturado em três dimensões: Disponibilidade, Acessibilidade Financeira e Aceitabilidade. Portanto os objetivos do estudo foram: descrever e avaliar a utilização e o acesso aos serviços de saúde materno-infantil nos grupos do ciclo gravídico-puerperal (pré-natal, parto e puericultura), investigar as possíveis associações com as condições de vida e verificar a distribuição geográfica na área de estudo. Realizou-se estudo epidemiológico de corte transversal, na forma de inquérito domiciliar com amostra representativa da população do município de Juiz de Fora (MG), obtendo uma visão mais clara de tais iniqüidades. Os resultados mostraram elevados percentuais de utilização dos serviços de saúde, sendo: 99,5% no pré-natal, 100% parto hospitalar e 90,3% na puericultura, com predomínio da rede assistencial SUS (65,3% no pré-natal, 76,6% no parto e 58,4% na puericultura). O acesso aos serviços, segundo análise fatorial (método dos componentes principais) foi mais influenciado pelas dimensões: Disponibilidade e Acessibilidade Financeira. A representação gráfica da distribuição espacial dos escores, obtidos na análise fatorial, mostraram áreas com persistência na desvantagem na classificação do Acesso e que as áreas em vantagem possuíam cobertura da Atenção Primária em Saúde. Na análise por regressão linear múltipla para o grupo do pré-natal os fatores associados (p<0,05) reforçam que os fatores socioeconômicos e demográficos são determinantes do acesso. Na dimensão Disponibilidade, as variáveis associadas positivamente foram: maior escolaridade materna (ter no mínimo 2° grau completo), pertencer a grupo social mais alto (A ou B), idade do chefe da família e viver com companheiro. As variáveis: número de gestações, distância aos serviços de saúde (quanto mais próximo às instalações de saúde, ou seja, menores distâncias) e o sexo do chefe da família (ser homem) associaram-se negativamente ao desfecho acesso nessa dimensão. Enquanto na dimensão Aceitabilidade os seguintes fatores associaram-se positivamente: chefe da família ter trabalho atual, distância ao serviço de saúde (quanto maior a distância, maior o escore acesso), escolaridade materna (ter no mínimo 2° grau completo) e sexo do chefe de família (ser homem). Na dimensão Aceitabilidade a variável número de moradores esteve associada negativamente ao desfecho acesso, ou seja, quanto menor o número de residentes, maior o escore. Portanto, apesar dos avanços apontados pela utilização dos serviços, na perspectiva do acesso aos serviços, ainda persistem iniqüidades. Espera-se que tais resultados contribuam para a formulação de políticas públicas mais efetivas na implementação da equidade no acesso. |